Cavalleria Rusticana – Intermezzo, Mascagni

Já imaginou uma conversa fraterna e respeitosa, onde as pessoas falam no tempo certo, ouvem com toda a atenção, tentando perceber realmente o que o outro quer dizer, e assim, contribuindo para que o diálogo se eleve? Já pecebeu o quanto é desconfortável ter que falar rapidamente para não ser interrompido ao expressar uma ideia ou narrar um fato?

Pois é, todos nós cometemos esses equívocos, seja num simples bate papo sobre temas do dia a dia, quer numa situação de explanação de um conceito. O fato é que estamos perdendo a capacidade de ouvir verdadeiramente o outro, porque achamos que o nosso ponto de vista é o correto, seja qual for o argumento que estiver sendo apresentado. Ficamos “fechados” num conceito, como prisioneiros acorrentados que não dão chances à inovação e à transformação.

Como os contrastes trazem a oportunidade de elevação da consciência, percebo que estamos diante de um longo aprendizado sobre o “saber ouvir com o Coração”, no silêncio do ser, tentando a conexão com o interior do interlocutor. Numa conversa onde todos falam e ouvem com o Coração, com humildade, respeito ao contraditório e tolerância, não há brechas para sucessivas interrupções, as quais exigem grandes esforços para retomar ao ponto anterior e, assim, dar continuidade àquilo que a pessoa gostaria de dizer.

Se estivermos em conexão com o nosso interior, numa atitude de auto-observação, perceberemos com os sentidos internos quando e como interferir para contribuir com a sublimação daquilo que está sendo colocado e, assim, a consciência de todos se eleva.

Nesse contexto, surge a empatia, a paciência e a calma. Passamos a prestar atenção nas questões mais sutis que envolvem o tema, bem como nas mensagens subliminares que está por detrás das aparências. Os egos, então, se afrouxam pelas emanações dessa fonte de Sabedoria. Aprendemos a escutar com a nossa alma em ação, e assim, no silêncio do ser, nasce um diálogo auspicioso.

Em situações nas quais não conseguirmos expressar tudo o que gostaríamos, simplesmente nos calamos e aguardamos o momento certo para retomar, sem cobranças, sem julgamentos e sem o peso do nosso próprio ego, insistente, querendo entrar em ação. Quando nos observamos e notamos a ânsia em querer falar, como num passe de mágica, ficamos quietos e em paz.  

À medida que vamos experimentando essa nova prática, percebemos o quanto é prazeiroso encontrar pessoas que falam a partir do Coração: originais, vazios, sem preconceitos e sem as máscaras da vaidade, as quais ocultam a divindade que cada um carrega dentro de si.

É um desafio exercitar tal prática. Que não percamos o ânimo pelo aperfeiçoamento, naquelas situações nas quais o ego insiste em se manifestar para não perder seu reinado. De alguma forma, podemos vencer os apegos de toda ordem, bem como deixar de lado o orgulho e a vaidade. A Graça chega para todos aqueles que aspiram com sinceridade pela auto renovação.

Com as nossas próprias mãos, esculpindo a nós mesmos, vamos moldando o novo Ser que queremos ser, fruto das nossas mais elevadas aspirações.

“Ver com os olhos do Coração; escutar os ruídos do mundo com os ouvidos do Coração; perscrutar o futuro com a compreensão do Coração, recordar as acumulações do passado através do Coração. Assim deve-se percorrer impetuosamente o caminho da ascensão. O Coração é o nosso templo interior e sua chama precisa estar acesa para irradiar a Luz”
(Agni Yoga)

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