Le-Carnaval-des-Animaux-Han-Na-Chang

Seria este um bom momento para falar de transformação? Para refletir onde estão nossos olhares e para qual direção estamos colocando nossa energia em ação?

Muito já escrevi sobre lagartas, e me dei conta de que, apesar de apreciar as borboletas, pouco ainda me identifico n’elas. Será que é porque lagartas pouco se movimentam e permitem serem observadas mesmo sem esforço para acompanhá-las, ou porque como rastejante devoradora ainda estou na minha própria caminhada?

A leveza bela das borboletas há tempos tem sido almejada. Mas cadê ela, que fugaz se faz e rapidamente se dispersa? Borboletas lembram que o acesso a outro estágio requer um processo silencioso, no casulo do nosso Templo Sagrado. Mas talvez nem dispostos a isto estejamos, permanecendo no inicial estágio, ainda usurpando do que nos tem sido ofertado.

Num casulo solitário que os olhos encontraram, alguns pensamentos se demoraram… percebendo que para equilibrarmos, quitando os saldos passados, devemos obrigatoriamente passar por transformacionais estágios. Abdicando das facilidades, dos prazeres e dos formatos, para que a Sabedoria Inata aja e nos transforme no que devemos ser de fato.

Porém, a escolha espontânea é como optar por morrer… para tudo o que conhecemos e tudo que achamos que deveríamos ser. É doloroso e parece impossível algo, a partir disso, nascer. Mas é um dos mais bonitos estágios, este em que nos entregamos despojadamente para Viver de fato. A disposição em seguir em frente, e confiar mesmo sem saber o que está para acontecer.

Talvez alguns de nós estejamos aqui, nesse casulo solitário, totalmente entregues ao inusitado, aguardando pacientemente o momento de rompê-lo para ver um novo cenário. Já as borboletas libertas, em seus voos tão soltos… são símbolos do que nos espera, após a longa transformação que estamos passando.

Falar delas ainda foge como ideia. Desconhecida forma de estar neste denso plano, simples e possível quem sabe, talvez, por hora, apenas para elas. Mas que bom saber que um dia poderemos ser assim, tão livres e belas. Que nosso olhar continue com elas, pelo ar, a dançar, para que lembremos como voar, quando a nossa hora de abrir as asas também chegar.

Por: Shely Pazzini
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