De forma irrefutável, existe em nós algo que não se deteriora com o tempo, que não tem forma e que não pode ser maculado pelos embates dos acontecimentos do dia a dia. Isso que permanece, sem nome e atemporal, é a nossa essência divina, a qual emana sons próprios oriundos dessa misteriosa e maravilhosa sinfonia divina.

A personalidade é provada a todo instante sobre as não conformidades do veículo que abriga o espírito, as quais surgem de forma inesperada. Apesar dos incômodos e inseguranças, são momentos que se traduzem em oportunidades ímpares para reforçarmos a conexão com o Impertubável.

Deixar que venha à tona os recursos latentes da perseverança, da fé, da coragem e principalmente da entrega, atributos próprios do nosso mundo interior, é agir orientado pela bússola da Alma, deixando-se ser guiado por Ela. Se prestarmos atenção e ficarmos em silêncio, sentiremos essa sublime Presença, a qual aguarda pacientemente pelo nosso despertar.

Permitir-se ser conduzido por essa Guiança interior é o principal desafio para reconhecer a perfeição divina em pleno ato de desconstrução e construção das formas. Ao tempo em que as mesmas se transformam, a consciência se amplia e percebe os tão desejados “acréscimos”; mas essa percepção só pode ser sentida se fecharmos as portas aos ruídos externos e ficarmos imersos na quietude do ser.

Praticar o “deixar fluir” é uma poderosa chave, a qual abre muitas portas. De fato, render-se Àquilo que É é a essência da Sabedoria. Não temos a compreensão de toda a partitura da vida e certamente que o Regente da orquestra conhece todos os acordes e tons que cabe a cada músico.

Que a Vida revele seus segredos e mistérios e pulse de forma plena, trazendo os aprendizados subliminares de cada prova. Entretanto, precisamos aprender sobre a entrega e sermos gratos a tudo o que nos ocorre, sabendo que não existem erros e injustiças no plano divino, mas reequilíbrios e possibilidades de redenção.

É sempre mais fácil tocar as melodias já conhecidas, porém, é mais auspicioso se aventurar por harmonias mais complexas e sutis, possibilitando ouvir novos sons e apurar os sentidos internos. “Deixar fluir” nos conduz a um estado de prontidão e alerta para não se deixar abater frente as forças retrógradas latentes em nós, as quais ficam em ebulição todas as vezes que estamos diante das inexoráveis transmutações físicas, emocionais e mentais.

Que o fluir com a vida possa nos levar à condição de desfrutar de alimentos frescos, porque:

“[…] colher frutos é mais fácil que criar um novo pomar, mas para os semeadores de novas terras não basta o sabor dos velhos frutos. Apenas para os principiantes o deleite trazido pela confirmação do saber é mais forte que o desafio de enfrentar o inédito […].

A esterilidade da vida humana só pode ser transformada em fecundidade quando o viajante está disposto a entregar tudo e render-se ao Desconhecido” (José Trigueirinho – Das Lutas à Paz).

Aquisição do livro Pedra no Lago
Grupo de Estudos
Entrevistas Youtube
Entre para o Canal de Divulgação Whats App
Instagram
Facebook