Poemas

O poema Liberdade, da filósofa e poetisa Lucia Helena Galvão, traz à reflexão a necessidade de “domar” nossos pensamentos e não ficar à deriva causada pelos ventos da mente. Essa “tempestade mental” que todos passamos impede o alinhamento entre a mente, o corpo físico, as emoções e o espírito. Muitos autores, filósofos e espiritualistas, bem como vários médicos e terapeutas, afirmam que esse desalinhamento é a causa das nossas dores, enfermidades e sofrimentos.

“Liberdade não vem de circunstâncias exteriores, mas de uma libertação interior. Encontre sua alma, una-se a ela, deixe-a governar sua vida, e você será livre”
(Mirra Alfassa)

A liberdade que tanto desejamos não vem de fatores externos, como bem disse Mirra Alfassa (A Mãe), nem depende de dogmas, doutrinas, seitas, religiões, ideologias ou de motivações políticas; a liberdade é um estado de consciência, motivada pelo tanto que pautamos a vida pelo Amor e pela Verdade, pelas nossas próprias convicções, aquelas que vêm do profundo da alma quando estamos aninhados dentro do Coração Espiritual. Podemos, assim, emanar para o mundo, de forma livre e desapegada, aquilo que o Pai idealizou, o que veio codificado na alma.

Esse é o verdadeiro estado de liberdade, quando fincamos nossa bandeira, quando somos autênticos e nos sentimos donos de nossas ideias, ações e sentimentos, sem ficar vulnerável, inseguro e escravizado pela visão de terceiros. Assim, o bem pode ser emanado e o egoísmo superado, contudo precisamos nos tornar seres realmente livres, fiéis às nossas intuições, à voz interior que sussurra silenciosa, unidos à Luz que nos conduz e que nos inspira; libertos, enfim, de correntes mentais impostas por anos a fio de condicionamentos de toda sorte.

Liberdade
(Lúcia Helena Galvão)

“Mil vozes dentro de mim, e eu disse não.
Mil forças à minha volta, um furacão,
e eu logrei sustentar o meu lugar.
Senti-me como um pilar
que escolhe, calmo, onde fixar suas bases,
seus fundamentos, sua fundação.

A folha solta rodopiava à minha volta, pobre
escrava do vento,
e assoviava, inconsciente, em movimento:
“Como sou livre!”

Enquanto eu ousei atar-me ao mastro do que creio
em meio à voz das sereias que cantam
encantadoramente.

Quando quis mover-me, me movi,
na direção e tempo que escolhi;
já não ventava,
ou, se ventava,
pouco ou nada me afetou ou percebi.

Refleti longamente
sobre meus sonhos e sobre meu destino
sem ser levado pelos ventos da minha mente.
E só então busquei caminhar livremente
como um menino.

Vieram as tormentas de emoções
e eu escolhi estar sereno.
Vieram as ofertas da estação,
e eu escolhi o sabor mais raro.
Vieram as vozes, sonoras ilusões,
e eu vi tão claro que é possível estar sozinho.
Vieram cores, luzes, opções,
e eu escolhi estar em um ninho,
em meu próprio coração.

E, curioso, ao mergulhar nele, profundo,
cheguei diante do portal de um mundo
repleto de Vida
e nele vivi,

em plena Liberdade.”

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