Clair-de-Lune-Claude-Debussy

O texto já é do conhecimento de muitos, contudo a simplicidade e clareza da analogia impõem um registro especial. Não temos conhecimento sobre a autoria desta narrativa.

É no silêncio e na quietude que podemos nos sentir em unidade com a Criação; afinal, não existe um Deus separado de nós. Somos Um. Trata-se apenas de reconhecer Aquilo que É.

Eis a história simbólica:

No ventre de uma mãe havia dois bebês. Um perguntou ao outro:  

– Você acredita em vida após o parto? O outro respondeu:  
– É claro. Tem que haver algo após o parto. Talvez nós estejamos aqui para nos preparar para o que virá mais tarde. 
– Bobagem, disse o primeiro. – Que tipo de vida seria esta?  

O segundo disse:  

– Eu não sei, mas haverá mais luz do que aqui. Talvez nós possamos andar com as nossas próprias pernas e comer com nossas bocas. Talvez teremos outros sentidos que não podemos entender agora.  

O primeiro retrucou: 

– Isto é um absurdo. O cordão umbilical nos fornece nutrição e tudo o mais de que precisamos. O cordão umbilical é muito curto. A vida após o parto está fora de cogitação.  

O segundo insistiu:  

– Bem, eu acho que há alguma coisa e talvez seja diferente do que é aqui. Talvez a gente não vá mais precisar deste tubo físico.  

O primeiro contestou: 

– Bobagem, e além disso, se há realmente vida após o parto, então, por que ninguém jamais voltou de lá? 
– Bem, eu não sei, disse o segundo, mas certamente vamos encontrar a Mamãe e ela vai cuidar de nós.  

O primeiro respondeu:  

– Mamãe? Você realmente acredita em Mamãe? Isto é ridículo. Se a Mamãe existe, então, onde ela está agora?  

O segundo disse:  

– Ela está ao nosso redor. Estamos cercados por ela. Nós somos dela. É nela que vivemos. Sem ela esse mundo não seria e não poderia existir.  

Disse o primeiro:  

– Bem, eu não posso vê-la, então, é lógico que ela não existe.  

Ao que o segundo respondeu:  

– Às vezes, quando você está em silêncio, se você se concentrar e realmente ouvir, você poderá perceber a presença dela e ouvir sua amorosa voz.” 

Leia as mensagens diárias do Pedra no Lago.

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