Clarinete-in-A-Majoor-Mozart.

Ao vir à luz, parece que nos esquecemos da nossa verdadeira origem. Quando submergimos na matéria densa, ficamos um tanto impedidos de ter a visão clara do Propósito tatuado na alma. O processo educacional, a competição e o foco no “ter” e não no “ser” nos afastaram ainda mais das conexões espirituais que nos curariam do sentimento de separatividade.

Com o passar dos anos, a maturidade espiritual vai se desenvolvendo, e com ela vem uma profunda necessidade de taparmos os ouvidos às velhas trilhas sonoras dos pensamentos, que afetam sentimentos, comportamentos e maneiras de nos relacionarmos com a vida.

À medida que buscamos sentido e propósito além da visão material, vamos mergulhando sutilmente no mundo espiritual e tendo uma ligeira perspectiva da alma, ainda que embaçada pelos condicionamentos e padrões culturais. Surge uma inquietude, um cheiro de terra molhada após a chuva, uma saudade de algo que parece nos conduzir para um reencontro que está na iminência de acontecer. Não devemos permitir sermos impelidos e fiéis ao que emana do nosso mundo interior.

Como corresponder àquilo que não podemos ver, nem tocar, mas somente sentir com o Coração? Esse toque especial que recebemos no silêncio é chave para a reconexão superior e para o resgate de uma dignidade espiritual fragmentada por sucessivas experiências na matéria.

A persistente aspiração pelas reconstruções dos elos com o nosso espírito nos ajuda também na cura das feridas abertas e na limpeza de tudo aquilo que obscurece a manifestação plena da nossa Sabedoria. Algo mágico acontece quando, de repente, ressentimentos, culpas, apegos e medos, apesar de ainda existirem, não nos imobiliza tanto quanto antes. O ego vai se afrouxando, permitindo que a devoção, a fé, a entrega e o serviço tenham um caminho mais livre para trafegar.

Parece que passamos por um processo genuíno de renovação, vendo o que nos ocorre com um olhar mais sereno e compassivo. É a chance que temos de persistir na meta espiritual, aspirar por atender o que nos chega como apelos da alma. Silenciosamente, a intuição vai aflorando e começamos a perceber que não temos alternativa mais eficaz para a felicidade do que seguir as setas interiores.

Quando nos abrimos para isso, ativamos os códigos de luz das nossas células, como se fossem energias e vibrações que sempre estiveram presentes, contudo a desconhecíamos. Por átimos de segundos podemos sentir o que é a unidade e a irmandade, e temos rudimentos de uma compreensão do serviço abnegado e incondicional dos grandes seres que se doaram para a elevação de consciência da humanidade.

Essa diminuta compreensão, esse ínfimo contato, nos projeta além das fronteiras e nos une com tudo o que é manifestado. Essa reconexão que por Graça nos chega, traz consigo uma imensa saudade e uma profunda gratidão pela vida.

Emanações fugidias confirmam a necessidade de nos reconectarmos e de nos voltarmos todo o tempo para aquilo que é atemporal, sem forma e permanente: o ser imortal que somos em essência. A lembrança constante do Eu Superior é uma chave que abre a janela e nos tira da escuridão.

Amor e Luz!

Leia as mensagens diárias do Pedra no Lago.

Aquisição do livro Pedra no Lago
Entrevistas Youtube
Divulgação Whats App
Instagram
Facebook