A vida de oração requer constância. A ela devemos dedicar-nos não só nas fases em que a comunhão com a energia interna está facilitada, mas sobretudo quando nos custa alcançá-la.
O grande engano de quem comete uma falha é considerá-la maior do que a bondade e a misericórdia divina.
Que nossa entrega à oração e à vida espiritual não seja como uma pluma solta no ar, que muda de rumo a cada brisa que sopra. Que as dificuldades do dia-a-dia, algum relacionamento desgastante, a dispersão, ou ainda, a diversidade de metas, não impeçam a nossa busca interior.
A oração nos une à alma, e assim nosso contato com o mundo material torna-se fluido. A serenidade vem então naturalmente, mas para que perdure, precisamos estar livres de interesses, por mais sagrados que pareçam.
Não somos chamados à vida de oração para resolver nossos problemas. Para participar dela, é essencial decidir descomplicar-nos.
O coração puro em que a oração floresce não alimenta rancores, ressentimentos, ódio ou egoísmo.
Se a oração já nos tiver tocado, seremos capazes de passar por provas, se não com alegria, ao menos com paciência.
O trabalho de oração não é o de preparar dias agradáveis para desfrutarmos, mas sim o de transformar-nos em servidores da obra universal de Deus.
A vontade de orar pode levar-nos muito longe na senda interior, porém, mais dia menos dia chegaremos a um limiar que só é transposto se formos movidos pelo amor universal.
Quando Santa Teresa de Ávila atingiu elevado grau de contato com a energia divina e aspirou dedicar-se só à comunhão com ela, ouviu estas palavras: “Ama e serve teus irmãos, como Me ama e Me serves.”
Nada te Turbe
(Santa Teresa de Ávila)
Nada te turbe,
Nada te espante,
Tudo passa,
Deus não muda.
A paciência tudo alcança:
Quem a Deus tem,
Nada lhe falta.
Só Deus basta.