Noturno – Chopin

Intrincadas são as coexistências!

Assim como as flores, que de tão belas despertam nossos olhos as sutilezas, são os seres espinhosos que aparentemente só nos causam danos e requerem cautela.

Mas são abundantes e não há como nos esquivar de com eles lidar, e aqui o maior dos ensinamentos eles vêm a nos dar: sua natureza não é ferir, mas sim acordar. Com pressa e negligência eles irão nos espetar, mas com cuidado e presença, podemos com eles conviver sem nos machucar.

A mesma cautela na interação com uma flor para não despedaçá-la devemos ter com os seres de aparência hostil e árida – mas reagimos aos estímulos recebidos e deixamos as habilidades que já temos em nós como inexistentes em algumas situações, pela reatividade espelhada das experienciações.

Se sou capaz de me deixar ferir por uma natureza grosseira é porque em mim habita a mesma aspereza. Alguém dotado de nobreza e da capacidade da inteligência não instintivamente reage, mas o melhor de si traz para qualquer embate.

Pedir para que os espinhos deixem de existir é anular a capacidade de lidar com aquilo que surgir e, a partir da razão consciente, invocar sempre o melhor de si. Eles estão aqui para nos lembrar de sempre aperfeiçoar. Coexistem conosco para que possamos nos melhorar.

Os espinhos estão a te espetar? Como seria seu estado de presença ativar e com inteligência com eles lidar?

Por: Shely Pazzini
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