Sonho-de-Amor-Franz-Liszt

“Amor Esquecido”, um filme polonês, anos 30, disponível na Netflix. Conta a história de um famoso cirurgião que perde a memória, a família e enaltece a solidariedade para com o próximo.

Em que pese toda uma discussão entre a eterna luta de classes sociais que subjuga o amor e os mais nobres sentimentos, o filme destaca a compaixão pela dor alheia, bem como o simbolismo do estado de “não-mente”, causado por condições adversas impostas pelo destino. Apesar das duras provas da vida, paradoxalmente, a história é repleta de beleza e simplicidade.

Nessa condição de esquecimento por trauma, todo o passado é obliterado, nenhum vestígio vem à sua mente, como se todos os ressentimentos, culpas e padrões mentais desaparecessem. Podemos ser autênticos e livres para expressar o melhor de nós mesmos, de forma natural e harmoniosa. As correntes que nos aprisionam são quebradas, assim como as amarras das máscaras e dos condicionamentos humanos que adquirmos ao longo da vida para viver junto à tribo com o devido aceite social.

O passado nos prende, as memórias empoeiradas nos reprimem e nos afasta do ser divino que somos. Parece que o médico teve um descanso mental, o ego desapareceu; pode, enfim, conhecer o que é a liberdade de agir espontaneamente, seguindo apenas a vontade da alma, que é servir ao próximo. Ele aderiu àquilo que estava codificado dentro dele mesmo, sua vocação primordial.

O simbolismo da perda da memória nos faz refletir sobre a importância de estarmos focados no centro do ser: fonte de paz, sabedoria e amor.

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