Noturno: Alexander Borodin
Foto: Nicholas Hoerich

Por alguns instantes, vamos fazer de conta que pensamos, sentimos e agimos como se fossemos o “Eu Superior”, a divindade enclausurada nos corpos materiais que parece respirar por pequenas frestas que se abrem quando, por instantes, o ego percebe que existe algo muito além do seu ilusório reinado.

Fico imaginando como seria a nossa vida guiada pela bússola do Eu, esse núcleo interno que é puro amor, alegria e paz. Esse núcleo é a consciência mais elevada, a qual aguarda pacientemente pelo despertar da mente, de forma a poder cumprir os desígnios que o Pai idealizou ao concebê-Lo. Será que conhecemos, pelo menos de forma rudimentar, o que é a verdadeira liberdade: agir sem as amarras dos condicionamentos do ego humano, sem as algemas impostas pela normose coletiva?

Se a mente não se alinha Comigo, o livre arbítrio concedido a você, eu pessoal, me impede de agir à sua revelia, e ficamos, ambos, sem poder manifestar a tão desejada Sabedoria do Ser. A foto revela uma imagem embaçada: de um lado, o mundo ilusório te formatou e te aprisionou nos conceitos e ideias de um mundo à beira de um colapso irreparável; de outro, o Amor, meu principal atributo, não vem à tona.

Estamos todos presos: alguns, por um fio de nylon; outros, por uma corda espessa. Precisamos voar. Contudo, a liberdade do espírito se dará quando nos rendemos à Vontade do Eu Superior. A mente pergunta: “mas como saber a Sua vontade?” O Eu responde: “basta se alinhar Comigo; no silêncio, te responderei, e a resposta virá de forma cristalina, pois o Coração compreenderá.”

“Para que possamos trazer à luz o novo ser, preciso que você se una a Mim. Use o exercício da lembrança permanente do verdadeiro Eu, pergunte-Me sobre as lições subliminares de cada prova, sobre a melhor decisão a ser tomada a cada instante, sobre como podemos nos conduzir na vida, guiados pelos atributos da compaixão e do amor. Saiba que Eu e você somos uma Unidade inseparável, indivisível. Não existe Eu sem você e nem você sem Mim. Somos um único ser, e é só a mente, iludida, que segrega, distroce e coloca as vendas que obscurecem a visão.”

Aspire profundamente pela Graça e saiba que Ela já está presente, contudo, só poderá se manifestar se houver entrega incondicional e uma profunda vontade de se transformar. “Você, sem Mim, é como andar às cegas, manipulado e conduzido pelas forças retrógradas que, insidiosas, penetram na aura coletiva e se infiltram no cerne da mente”. E a mente insiste em se basear somente na lógica e na razão e nunca recorre ao Eu Maior sobre o que é melhor a ser feito para que a Vida seja dignificada e sublimada.

“Às vezes Me autocontemplo e vejo que é preciso colocar na mente ideias mais elevadas, que levem a plasmar no plano físico aquilo que corrobora com a evolução do universo. Não podemos desperdiçar essa oportunidade ímpar de ressignificar a vida, de equilibrar equívocos de outrora e de sermos polos terminais que acolhem as vibrações do bem que purificam e redimem.”

“Juntos, podemos assentar tijolos, mas com a visão da Catedral; senão, vamos ficar limitados à execução da tarefa como se ela fosse um fim em si mesma. Vida após vida atuamos assim, sem a percepção daquilo que está concebido no Plano das Ideias, presos na roda das encarnações, com as mãos engessadas e com a visão obscurecida daquilo que realmente pode trazer um pouco de luz para tamanha escuridão.”

Lembremos sempre de que basta um pequeno furo na janela de um quarto escuro para que a luz penetre. “Una-se a Mim: esse é o medicamento que cura todos os males, enxuga as lágrimas e cauteriza as feridas.”

“Oh Senhor! Deixe meu saber de Você não ser apenas fruto da minha mente, mas algo totalmente vivo dentro do meu Coração. Remova esse “eu”. Deixe que haja só Você” (Mooji)

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