Mariage-damour-Spring-Waltz

A observação na serenidade da contemplação dá lugar ao entusiasmo pela vida. Invadido pelo barulho do mundo, o silêncio genuíno ainda resiste. Tornamo-nos quem não somos para sermos comuns, mas encolher-se para caber é ainda mais doloroso que ser incomum.
[…]

Encantada é a interpretação da realidade, quando irreal ela é. Verdadeira é a vida, quando vista como ela de fato, é. Sem magias nem encantos, mas essência da mais pura maestria. O que é simples e puro purifica o coração e clarifica a mente, eleva ao sutil que Somos realmente.

Sem fórmulas nem protocolos, sem conceitos nem definições, nem tampouco palavras cadenciadas numa condução. Contato direto no silêncio que leva a real conexão. Cada qual com a sua própria realidade, não criada para um coletivo nem para uma sociedade.

O que há aí, para no silêncio, ser ouvido?

Toda transformação verdadeira acontece em silêncio. Num recanto íntimo, inacessível ao mundo. Onde os mistérios da alma se mantém vivos como uma chama, mas ocultos ao mundo.

Depois que vivenciamos o “nada”, esse espaço de silêncio, de vazio absoluto, que contém tudo, o que aprendemos nessa esfera da criação humana cai por terra. Entre infinitas técnicas, visualizações, orações, receitas, rituais, o que fica é apenas a presença confiante no Absoluto; sem forma, sem ação, presente num campo sutil do sentir o próprio Ser.

Tão distante de nós mesmos, tudo pelo qual passamos se faz necessário para que, aos poucos, comecemos a voltar para casa. Entretanto quando alcançamos o estado de vazio, nada mais se requer, apenas ser e estar presente na própria divindade completa, perfeita, coesa que simplesmente É e não requer nada além de nós mesmos, partículas do Cosmos vivenciando experiências para-com-sendo o Todo.

Palavras não mais expressam a grandiosidade de apenas Ser quem somos nessa dança de energias e de fato, elas não alcançam a essência dessa experiência simples e abstrata de estar em paz com a própria evolução, em total entrega e confiança no plano maior que rege o Todo.

Controlar, planejar, resistir, mentalizar. Rotular, definir, julgar, lutar, afirmar. São etapas de aprendizado que nos levam para esse estado onde nada mais é necessário. Relaxar na própria existência, sendo espaço para o que há de mais belo se manifestar a partir desse veículo que Somos, para que as realidades se desdobrem diante nossos olhos.

Me rendo ao que não sei,
para me tornar o que Sou
além das formas e entendimentos.
A existência é um passo a passo infinito,
onde o tudo e o nada andam lado a lado,
numa dança sem fim, espiralada e ascendente.
Alcance o seu silêncio. Seja tudo.

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O texto foi extraído do livro “Entre Dimensões – A Vida Requer Atualizações”, página 101.
Autoria: Shely Pazzini.

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