Edvard Grieg – Amanhecer

Tudo está tão desafiadoramente intenso, num sobe e desce instável que, para quem está acostumado com estabilidade e linearidade, é como se o mundo estivesse ruindo, como o chão abrindo diante dos próprios pés, num desmoronamento real, que obriga a olhar para novas direções, por ser impossível seguir em frente em caminhos que não são nossos.

A estrada que escolhemos acaba para que possamos trilhar rumo a nossa verdadeira jornada, como se as experiências mundanas que vivemos até aqui tivessem terminado, e agora o que nos resta é voltar para casa. Um, entre milhões de possíveis olhares para um mesmo assunto. Real ou utópico? Quem sabe?

As partículas atômicas, microrganismos e minerais que nos compõe sabem, mas seguimos dando ouvidos a mente, como se ela fosse a sábia mestra que dita o caminho e nós, com seus súditos fiéis a obedecemos.

A razão analisa mas não sente. Ela procura respostas, julga as possibilidades, mas não é capaz de sentir. A mente calcula friamente nossos passos, mas não sente sua própria frieza, porque essa é a sua natureza. Mas toda essa vida que existe dentro de nós, integrada, se intercomunicando para permitir ao veículo corpóreo vivenciar tudo isso, sabe. O corpo sente cada estímulo e reage a cada passo, indicando a direção a seguir, mas segue ignorado, como se fosse incapaz de nos mostrar o caminho.

Sabemos qual é o chamado e ele está aqui sendo lembrado a cada instante, a partir do que acessamos, das palavras que surgem, das vontades genuínas que falam por si, mas se a força de vontade não partir do centro do peito não conseguimos integrar as dualidades dos mundos e a mente segue soberana lá do alto, ditando as regras, desconectada do restante, gerando desequilíbrio.

A melhor forma de perceber o quão desconectados estamos entre mente e coração é nos colocar onde sabemos que não devemos estar, onde o corpo já informou com todos os sinais que ali não é o nosso lugar. Quando nos forçamos a fazer algo a contragosto todo o nosso sistema reage, a fim de nos proteger da nossa própria cegueira e teimosia.

Desconexão gera dor.
Presença gera presentes.

É preciso rever, reavaliar, decidir, mudar. Conseguiremos alinhar nossos corpos a partir de firmes decisões daqui para frente. A partir do nosso centro firmamos nossos pés no chão para nos elevar sem medo. O chamado está para todos.

Alinha-te e toma o teu caminho.

Delineamos a nossa história a cada superação interna que fazemos a partir da força da vontade. Sem a expressão deste impulso evolutivo deixamos a oportunidade de nos desenvolver conscientemente para passar por provas que, invariavelmente, nos levarão a outro ponto de nós mesmos. Delinear a vida em presença é o que permite que emerja a sabedoria inata conectada com a Fonte, origem de toda evolução real. Respirar a vida é nutri-la a cada instante.

Se deixar levar como um barco a deriva é terceirizar a própria evolução. Conscientizar-se de que estamos aqui numa grande oportunidade de crescimento e que as provas não são universitárias, mas constantes e diárias, que nos diplomarão como Seres Integrais aptos para passar de fase e atuar em serviço abnegado aos que vem na sequência.

“Regozija-te.
Apoia-te sobre tuas pernas e segue o caminho que se abre.
Muitas serão as ilusões disfarçadas de luz.
Mantém-se sereno, e passará por todos os estágios com sobriedade.
Nada acontece em vão;
aceita com confiança no coração o que se apresentar e segue o fluxo de si mesmo,
nessa torrente de evolução.
Não te escapes, e tudo vivas, sem apegar-se, segues em frente.
Sai do antigo e vive o novo, novo a cada instante.
Aceita-te e abra-te para a surpresa do inesperado, tão esperado.”

O texto foi extraído do livro “Entre Dimensões – A Vida Requer Atualizações”, página 24. Título original do texto: “A mente questiona o que o Coração já sabe”. Autoria: Shely Pazzini.

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