Afirmações
Cavalleria-rusticana-intermezzo

Quando nos predispomos a fazer o alinhamento entre as emoções, o corpo físico e a mente com a nossa alma, temos a ilusão de que não vamos conseguir ficar em silêncio e atingir, mesmo que por alguns instantes, um estado de quietude mental. A mente vagueia sem rumo e, a cada tentativa de paralisação dos pensamentos, acabamos por fortalecê-los ainda mais.

Parece que a chave está na simples observação dos pensamentos, deixando que os mesmos fluam, mas sem nos identificarmos com eles, sem julgamentos de qualquer espécie; apenas observando-os e vendo-os passar como nuvens no céu. À medida que essa prática vai sendo consolidada, fica claro o quanto não fomos habituados a ficar imersos no Ser. Em função disso, reforçamos a crença de que somos aquilo que a nossa mente diz que somos, e esse é um equívoco fatal.

Sinto também que os pensamentos coletivos e a egrégora que paira no astral planetário nos afetam sobremaneira, e de forma muito negativa, tornando ainda mais espessos os véus que nos separam do verdadeiro ser que somos em essência.

Acreditar e dar voz à nossa mente é uma forma de escravização, como se colocássemos uma pesada corrente atada aos nossos pés, a qual simplesmente nos imobiliza e reforça aquilo que deve ser transcendido. Não somos, de fato, cidadãos da nossa mente, e à liberdade atingiremos quando acessarmos essa região interna, àquilo que é imortal dentro de nós e que não está contaminado pelos padrões mentais forjados ao longo da vida.

Esse alinhamento é uma chave que nos cura dos males das críticas, dos julgamentos, das culpas, dos ressentimentos, dos preconceitos e da eterna luta que travamos conosco mesmo, a mais difícil batalha a ser vencida. De um lado, existe uma parte que puxa para o velho, para aquilo que precisa morrer em nós; do outro, está o novo ser, encapsulado, cuja casca tem que ser rompida; contém no seu interior aquilo que dá sentido à nossa vida.

Em geral, optamos por não passar pelas dores do parto, usando sempre o livre arbítrio, sem consultar nossa alma. O ser real acaba ficando em estado de gestação permanente, e isso subtrai a possibilidade de darmos nosso recado para o mundo e, assim, não manifestamos aquilo para o qual fomos destinados a ser, nos distanciando ainda mais do nosso Propósito.

Passada a fase crítica das tempestades mentais, a qual pode ser mais ou menos longa, dependendo da constância na aplicação da prática da auto-observação, trazemos nossa atenção à respiração como forma de criar uma estabilidade física, emocional e mental. “Assim concentrada, a mente pode repousar e pacificar-se”, conforme citações do artigo “Fica”, postado aqui no site. Acesse.

A estabilização requer que deixemos todo o passado e o futuro de lado, assim como todos os planos, metas, conceitos, desejos, julgamentos, sentimentos, ressentimentos, tudo, enfim. Só o presente importa. É como se entrássemos numa sala descalços, vazios, deixando os sapatos sujos da lama dos pensamentos e dos sentimentos na porta. Assim, escutaríamos os sussurros que vêm desse estado de quietude. Peçamos pela Graça de ficar, tão somente, diante do poder da Presença do Ser, da divindade.

Trata-se de uma prática que não requer experiência anterior, nem conhecimentos prévios, não precisa ser perfeita e também não está vinculada a crenças e dogmatismos: apenas temos que relaxar no Ser e sentir sua presença. Como tudo é inter-relacionado, o estado de quietude é um serviço que prestamos a nós mesmos e à humanidade; são como minúsculas pedras lançadas no lago da vida, as quais criam as condições para que esse bem tenha ressonância em toda aura planetária.

É certo que nossas vidraças ainda estão bastante embaçadas, mas a cada dia que nos alinhamos com a nossa alma, é como se passássemos um dissolvente que vai limpando as poeiras e nos aproximando do nosso Ser Real.

“Orar é sentir o Ser Interno permeando-nos suavemente, ao mesmo tempo que nos inflama com seu amor. É dizer-lhe: “Amo-te. Reconheço-te em mim. Reconheço-te em todos os seres e em todos os fatos que vêm como provas ou confirmações, levando-me a ser, de maneira cada vez mais pura, um verdadeiro reflexo da Tua luz”.
(José Trigueirinho)

Segue uma breve partilha de Eckhart Tolle, intitulada “Acesse o Poder da Presença”, a qual dá um destaque sobre os impactos negativos pela identificação com a voz dentro da nossa cabeça e dá dicas sobre como sair de um estágio de “ser usado pela sua mente” para “usar a mente de forma criativa”. Oportunamente, incluiremos aqui neste artigo um ou mais exercícios/práticas que podem nos ajudar nesse alinhamento.

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