Out of Africa – John Barry

Lendo relatos de pessoas que tiveram a Graça de terem tido um contato íntimo com seu ser interior, quer tenha sido um pequeno vislumbre ou uma experiência mística mais profunda, todas elas afirmam que os aromas de bem aventurança advindos deste estado de plenitude trouxeram mudanças repentinas na forma de se relacionarem consigo mesmas e com o mundo. Todas reconhecem o “nascimento” de um novo padrão mental e uma serenidade que vai se instalando, afetando positivamente condutas e comportamentos. Trata-se do “abraço” que a mente recebe do Coração.

E é assim conosco também. E não é necessário ser um “iluminado” para constatar isso, nem ter tido vivências espirituais marcantes. Basta relembrarmos de alguns momentos, ainda que tenham sido fugidios, de leveza de espírito, de encantamento e de quietude, quando tivemos uma inusitada sensação de unidade com a vida, um estranho sentimento de plenitude, de Presença, o qual nos colocou em contato com um Amor que emergiu das profundezas do nosso ser.

As palavras quase sempre não exprimem tais sensações, mas é fato que esses instantes de Graça nos coligam com a nossa essência divina, com aquilo que é imortal em nós; e isso transforma e cura: o pensar, o sentir e o agir.

Momentaneamente parece que nos livramos de uma camisa de força mental e entramos num estado de atenção consciente, estando simplesmente presente e alerta para tudo à nossa volta. Como a vida é filosófica, os sinais de que tudo isso é real são tão nítidos, que parecem vir com legendas. A intuição aflora.

E assim, já não ficamos mais ao sabor dos ventos da mente e passamos a usá-la de forma um pouco mais criativa, não abrindo tantas brechas para que as forças instintivas entrem em cena de imediato, reagindo à alguma situação indesejada. Aprendemos que a mente tem que entrar em ação antes da reação emocional intempestiva, e tanto o “corpo mental” quanto o “corpo emocional” devem estar alinhados à Alma. Com esse alinhamento feito, tudo que fizermos só poderá produzir harmonia, simplicidade e beleza.

Quando a mente se curva à Sabedoria da Alma, mesmo que de forma incipiente e imperfeita, fica bem claro a diferença entre as reações imaturas e inconscientes do ego, daquelas que surgem do nosso interior. As arestas da personalidade vão sendo aparadas e vamos ficando mais calmos, mais amorosos e em paz com aquilo que nos ocorre. Vamos, também, aprendendo a perdoar e a aceitar a vida como ela é, percebendo as adversidades como impulsos para o nosso aprimoramento espiritual.

Assim, gradativamente, nos acostumamos a estar equilibrados nas diversas situações da vida e, o mais relevante, parece que tiramos aquela camisa de força mental e nos livramos das pesadas correntes do nosso sistema antigo de crenças. Mudamos a forma de pensar, de sentir e de reagir, e isso é uma verdadeira libertação e uma cura real. A partir deste ponto, ou seja, livres das correntes e alinhados com a nossa Alma, fica quase impossível vestir novamente esta camisa. Surge uma nova normalidade.

Ao sairmos da rota, perceberemos rapidamente quando estamos sendo injustos, apegados, ansiosos, egoístas, e por ai vai. Se mudarmos o curso e pegarmos uma estrada toda esburacada, de imediato o “Observador” entrará em cena, um bom sinal de que começamos a nos ver como expectadores de nós mesmos. Assim, de imediato, faremos o retorno e voltaremos para a estrada principal.

A chave é seguir a configuração de fábrica do GPS da nossa alma, a qual contém o espelho do nosso Propósito de vida. Ela sabe nossa localização, em quais coordenadas de tempo e espaço estamos, e para onde devemos ir; conhece o melhor trajeto pela eternidade da vida e também leva em conta nosso passado e nossa conjuntura cármica. Se a nossa mente decide pegar atalhos e agir por conta própria, a chance de “dar errado” é grande. Mas não tem problema, nada que não possa ser corrigido, pois o aparelho avisa que está recalculando e sugere outra rota alternativa para retomarmos o caminho original traçado. A nova normalidade nos impõe uma prática: seguir o GPS todo o tempo.

Conforme citação Zen-Budista,  quando você acorda, o mundo todo acorda à sua volta. Isso é um sinal claro de que a melhor contribuição que podemos ofertar à vida é crescer em consciência, simplesmente pelo princípio de que somos interdependentes, elos de um só corpo-humanidade.

Parece presunçoso achar que podemos agregar este nível de valor à humanidade, entretanto, levemos em conta que todas essas gradações evolutivas, e também conceitos e julgamentos sobe nós mesmos, representam mais uma gigantesca ilusão mental. Afinal, somos seres espirituais, uma criação divina, comprometidos com o bem, e não cidadãos de uma mente condicionada.

“Pai, Tua Luz está em mim como um fogo vivificante e Teu Amor me penetra”
(A Mãe)

Mas o que é mais importante, o que realmente conta na vida, é o quanto de Amor colocamos naquilo que fazemos e também o nosso desejo de inspirar e de expressar a paz e o bem, nos tornando seres humanos mais justos, mais harmoniosos e mais fraternos. Que possamos nos curar e agir na vida guiados pela Inteligência Suprema, por Deus, irradiando o Amor e a Verdade do nosso Ser, tendo sempre em mente que esse Amor, com A maiúsculo, refere-se à manifestação, no cotidiano da vida, dos atributos do ser divino que somos.

“Impronunciável e perfeito é o Amor de Deus; ele flui na alma pura de um homem, como a luz ao passar por um objeto transparente. E, à medida que mais Amor vai encontrando no caminho, mais dá de si mesmo a cada um de nós.

Deste modo, à medida que crescemos … mais completa é a alegria do céu em nós. E mais almas em ressonância vibram, pois maior é a intensidade do Amor. E cada alma, como um espelho, reflete puramente as outras”
(Dante Aliguieri, poeta italiano (1265-1321). Extraído do livro “O Alvorecer da Vida Espiritual” – Murillo Nunes de Azevedo

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