As histórias simbólicas proporcionam enriquecimento espiritual e, assim como as parábolas, podem ser interpretadas de diferentes maneiras; trazem em seu seio a estimulação necessária à busca da nossa essência, da Sabedoria interior.
Compartilhamos duas histórias sobre filhos, ambas trazendo uma visão filosófica/espiritual sobre a nobre tarefa de apontar caminhos, de ser a árvore que dá sombra e sustentação a todos aqueles que estão sob nossos cuidados. Uma das narrativas foi extraída do livro “Viagem por Mundos Sutis”, de José Trigueirinho, e a outra do livro “O Profeta”, de Khalil Gibran. Que no cotidiano da vida possamos ser inspirados por ambas.
História 1: Livro “Viagem por Mundos Sutis”, capítulo “História de Destinos”.
“Um poderoso senhor, tendo filhos quadrigêmeos, pediu a um profeta que lhe revelasse o destino deles. E o sábio assim falou:
– Haveis visto que um ipê em cada estação se veste de uma forma. É sempre a mesma árvore, mas a cada ciclo tão diferente se mostra que nem mesmo é possível reconhecê-la. Assim são os vossos filhos; feitos de um mesmo sopro, mas cada um com sua veste.
Não é o potencial que diviniza um homem, mas a sua realização. O Espírito é a essência que habita o centro de todos os homens, porém os trajes que o revestem é que ditam o quanto dessa essência pode dar-se a conhecer.
A consciência não se revela por palavras, mas pelo que realiza no seu viver. Vossos filhos são como pedaços da madeira de um mesmo tronco, pintados com diversos tipos de tinta. As mais ralas deixam ver os desenhos e matizes da madeira, mas outras os escondem totalmente. E no mundo não há dois que sejam cobertos com a mesma tinta.
Os homens conhecerão a verdade e a plenitude quando já não esconderem a sua essência; todavia, em menor número que as flores de uma roseira são aqueles que chegaram a despir-se dessas capas.
Sabei que os filhos de um homem não pertencem a ele, mas ao Espírito que neles habita. Um pai nada pode fazer sobre o destino dos filhos – não pode desviar seu curso, nem deter o correr do tempo. Uns lhe darão o sabor dos frutos amadurecidos ao calor do sol de verão, outros a aridez dos secos galhos do inverno, outros ainda o renascer da vida na primavera ou a nostalgia das folhas que caem no outono. Mas sabei que todos eles são parte da mesma natureza e portanto nada espereis, para não buscardes frutos onde há apenas galhos secos, para não buscardes flores onde folhas estão a cair. Se por vosso intermédio vieram ao mundo, cabe-vos mostrar-lhes os caminhos certos, mas não caminhar por eles. Assim, cada um chegará ao destino que lhe corresponder.
No mundo interior tudo está registrado; não há instante sequer que não esteja gravado nos arquivos do cosmos. A fé constrói a trilha que conduzirá cada um dos seres ao seio da Morada, aura do Criador, onde se restaurarão e onde encontrarão alento.”
História 2: Livro “O Profeta”, capítulo “Os Filhos”
E uma mulher que carregava seu filho nos braços disse:
– “Fala-nos dos Filhos”.
E ele disse:
“- Vossos filhos não são vossos filhos. São os filhos e as filhas da ânsia da Vida por si mesma. Eles vêm através de vós, mas não de vós, e embora vivam convosco, não vos pertencem.
Podeis outorgar-lhes vosso amor, mas não vossos pensamentos, porque eles têm seus próprios pensamentos. Podeis abrigar seus corpos, mas não suas almas, pois suas almas moram na mansão do amanhã, que vós não podeis visitar nem mesmo em sonho.
Podeis esforçar-vos por ser como eles, mas não procureis fazê-los como vós. Porque a vida não anda para trás e não se demora com os dias passados. Vós sois os arcos dos quais vossos filhos são arremessados como flechas vivas.
O Arqueiro mira o alvo na senda do infinito e vos estica com toda Sua força, para que Suas flechas se projetem, rápidas e para longe. Que vosso encurvamento na mão do Arqueiro seja vossa alegria. Pois assim como Ele ama a flecha que voa, também ama o arco que permanece estável”.
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Na verdade os nossos filhos não são nossos … Eles são filhos da vida que os contém e por ela hão de caminhar … Nós, como pais, podemos ajudá-los em seu caminhar … Seríamos uma espécie de referência para os filhos, mas os gestores serão as almas que estão contidas neles …
Um abraço Humberto,
Adorman.
Que assim seja.