Especialmente nessa época, vivemos uma insegurança tão intensa que nos afeta de inúmeras formas, seja material ou emocionalmente falando. É preciso, mais do que nunca, buscar o alinhamento com nossos níveis elevados de consciência, nosso Eu Superior; porque de lá vem a intuição, a coragem e a fé para atravessarmos esse deserto de incertezas que tanto nos aflige.

Contemos com isso, pois trata-se de uma atitude que não tem a ver com passividade, mas com sabedoria: a força para aceitar as adversidades, passar pelas provas e pelas pedras no caminho, com resignação, coragem e fé, só podem vir dessa região do ser, ou seja, do nosso interior. Parece algo utópico para alguns, sem efeito prático para outros, mas devemos levar em conta que sem esse alinhamento e sem a busca dessa Luz que nos guia e que está dentro de nós, prestaríamos atenção somente aos carvalhos que caem e não nos aprendizados e crescimento que surgem das adversidades e das provas da vida, como disse Jean Yves Leloup nessa bela citação:

“Nós escutamos o barulho do carvalho que cai, mas não escutamos o barulho da floresta que cresce. Hoje, fala-se muito das coisas que estão desmoronando, que fazem barulho, mas o importante é prestar atenção às sementes de consciência que estão brotando” (Jean-Yves Leloup)

Então, para apoiar todos nós na busca desse alinhamento, selecionei um artigo do José Trigueirinho sobre o silêncio, a quietude e a solidão, extraído do Jornal O Tempo e do seu livro “Mensagens para uma vida de harmonia”, da editora Pensamento.

“Em silêncio, quietude e solidão encontramos segurança e harmonia”.

“A segurança que quase todos nós buscamos em nossas vidas nasce de nossa sintonia com nossos estados superiores. Numa de suas viagens, Jesus hospedou-se na casa de duas irmãs chamadas Marta e Maria. Quando chegou, Maria sentou-se aos seus pés, recostou a cabeça em Jesus, silenciou e aquietou-se. Marta, ao contrário, agitava-se em muitos afazeres: varria a casa, preparava a comida, movimentava-se sem parar.

Notando que Maria permanecia quieta e silenciosa, Marta perguntou a Jesus: “Mestre, não vês que minha irmã me deixou só com o serviço da casa? Dize-lhe, pois, que me ajude”. Jesus respondeu: “Marta, Marta, andas inquieta com muitas coisas, mas uma só coisa é necessária. Maria escolheu a melhor parte e esta jamais lhe será tirada”.

Nesse breve episódio, vemos a importância da quietude e do silêncio para encontrarmos a “melhor parte”. Seria ela a segurança tão buscada hoje em dia e não mais encontrada externamente? Na verdade, essa atitude contemplativa pode não só nos levar ao equilíbrio, mas nos ajuda a encontrar a nossa meta na vida que, nem sempre, conhecemos.

A quietude e o silêncio de Maria não significam inação ou inércia, pois uma pessoa nesse estado de calma e solidão pode agir de forma mais ativa e intensa do que alguém que se agita. Mas, então, o que eles significam?

A quietude é uma atitude interna, interior, que não busca reconhecimento, gratidão ou sequer ser notada. No episódio que narramos, Maria estava simplesmente silenciosa e, silenciosa, não necessitava demonstrar o que fazia. Ao contrário de Marta, que trabalhava e chamava a atenção para o fato de estar sendo útil. Essa quietude, esse recolhimento são forças que poucos conhecem.

E o que significa uma atitude silenciosa? Silêncio é só ficar calado, sem dizer nada? É mutismo? Se assim fosse, as duas mulheres do episódio poderiam ser consideradas silenciosas, pois não estavam conversando. Na verdade, silêncio é mais do que isso. O silêncio é um estado interno em que não há críticas, nem desejos, nem cobranças ou influências internas e externas.

Marta não estava silenciosa pois, embora estivesse calada, observava Maria e a criticava mentalmente. Maria, que permanecia sentada e não procurava controlar a irmã, estava silenciosa e, segundo Jesus, escolhera a melhor parte.

E a solidão? A solidão é a consequência do silêncio e da ação desinteressada. Quem é desse modo solitário se fortalece, pois toda sua energia fica concentrada no interior do indivíduo e pode ser irradiada para o mundo como aroma ou como poder de elevação.

Quando quietos e silenciosos, não desejamos, não criticamos, não comparamos: estamos harmoniosos em nós mesmos, não divididos, e nos sentimos unidos com tudo o que nos cerca. Nesse estado, encontramos a harmonia e nos sintonizamos com outra ordem de coisas. Assim, podemos agir de forma mais decidida e atuante do que alguém que se abala.

Consequentemente, a quietude, o silêncio e a solidão possibilitam-nos não só viver bem, mas também ser úteis ao mundo nesta época tão carente de princípios e de valores.

A lição que se tira da resposta de Jesus é a de que na quietude, no silêncio e na solidão embora em convívio com outros como Maria, encontramos segurança e harmonia interiores.”

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