Temos um virtual painel no peito. Os botões azuis representam nossas melhores qualidades, como a gentileza, a empatia, o equilíbrio, a resiliência, … Os botões vermelhos simbolizam as  dificuldades, como a impaciência, os apegos, o egoísmo, … Todos nós, de forma consciente ou inconsciente, travamos uma batalha diária, que é vencer a nós mesmos, transcender as mazelas da personalidade.

Durante a vida, nos relacionamos com muitas pessoas, e algumas delas apertam esses botões. Com aquelas que teclam os azuis, nos relacionamos magnificamente: tudo dá certo, não há conflitos e discussões exarcebadas. Existe uma admiração recíproca e ambos trafegam em zonas de segurança mútuas.

Com as pessoas que acionam, ainda que levemente, as teclas vermelhas, simplesmente nos afastamos, porque as relações acabam sendo conflituosas e polarizadas. A premissa básica é que tudo aquilo que rejeitamos ou admiramos nos outros representam o que está configurado dentro de nós mesmos. Se nos afastamos de alguém, certamente essa pessoa está mostrando as nossas vulnerabilidades, ou seja, aquilo que precisa de luz e purificação. O inverso também é verdadeiro: as qualidades que enaltecemos nos outros são aqueles predicados que carregamos no nosso interior, ainda que não expressados na sua plenitude.

E as relações vão sendo forjadas segundo essa premissa, a qual se baseia nos aspectos da formação da personalidade de cada um, construída por características culturais, educacionais e sistemas de crenças. O fato é que precisamos dar um passo, evoluir, e ver no outro a essência de vida que pulsa, e não os atributos da forma. Para que isso se dê de forma natural, temos que transcender a visão de que somos uma pessoa, uma personalidade, e nos vermos como seres espirituais, como uma essência divina, ainda que encapsulada pela forma humana.

Ao nos olharmos no espelho, se esse valor e essa dignidade do ser espiritual que somos puderem ser observados com os olhos da alma, o painel no peito torna-se algo ilusório, e os botões, azuis ou vermelhos, acabam sendo absorvidos e iluminados pela Luz do Ser. Assim, a  comunicação forjada nos aspectos da personalidade dá lugar à comunicação entre almas. As máscaras caem, assim como os aspectos da persona que criamos para viver com o aceite social e para nos protegermos. Podemos, então, experenciar o que é a Unidade e ajudar também àqueles que se relacionam conosco a vencer a si mesmos.

Essa prática parece algo utópico, se levarmos em conta todo o antagonismo presente no mundo, quase que decretando a impossibilidade de um relacionamento de nível superior. Contudo, o mínimo esforço que fizermos na direção do alinhamento com a nossa alma já será uma onda gigantesca na direção do bem e da harmonia entre os seres. O verdaderio perdão e a aceitação das diferenças só serão possíveis se olharmos a nós mesmos e os outros com os olhos do Coração.

“A dificuldade de harmonizar-se com os outros deriva do fato de não estarmos harmonizados dentro de nós mesmos, de não termos ainda encontrado o “acorde harmônico” entre as várias notas que compõem nossa personalidade humana. É o acorde com o Centro, o Ser autêntico e Divino que se alberga dentro de nós, o que é reflexo do Uno no homem”
(Angela Maria La Sala Batà)

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