Serenade-Schubert-Liszt-Standchen.

As vezes a mente é invadida momentaneamente por uma tempestade de pensamentos negativos, os quais convidam à lassidão. Os esforços empreendidos na busca espiritual até então parecem não trazer efeito prático algum; vemos somente nuvens embaçadas à nossa frente. O desânimo chega de surpresa e a fé é abalada; contudo, já não conseguimos voltar ao estado anterior, àquele mundo de ilusões que não fazia mais sentido.

Isso acontece com todos, em especial com aqueles que buscam no interior de si mesmo por algo que transcende a mera compreensão mental, e que possa trazer paz e alegria, apesar das provas. É justamente nesses momentos de vacilação que devemos colocar a mão firme no leme da fé e da entrega, e aprender a navegar o barco sem expectativas por resultados. Ao contrário, deveríamos nos alegrar por estar empreendendo esforços na busca do nosso propósito como ser humano.

Não podemos perder de vista que o processo de crescimento passa por cumes e vales e é no esforço e na batalha por vencer a nós mesmos que vem o amadurecimento e a renovação do ânimo pelo aperfeiçoamento. Quando temos a convicção da nossa intenção sincera de exprimir na vida a vontade da alma, a gratidão por tudo surge naturalmente. E com ela vem a felicidade e a fé de que tudo é regulado por uma Inteligência Divina e que somos a própria expressão da divindade.

Sobre o amadurecimento do ser e a importância de não perder a fé e a paciência, Paramhansa Yogananda recorria sempre ao exemplo de uma semente lançada ao solo exige tempo para germinar e tempo ainda maior para que seu broto aponte da terra e seu caule, esguio, vá engrossando e crescendo. Ele lembrava que a semente tem que ser regada e protegida das formas de vida inferiores que a possam ameaçar.

Até que se torne uma árvore madura, quando vento algum poderá destruí-la, precisamos ter uma paciência infinita com os nossos corpos mais densos (físico, emocional e mental), pois existe uma grande diferença entre o nosso potencial espiritual e aquilo que efetivamente realizamos como pessoa, como personalidade. Contudo, não podemos ficar escavando o frágil broto da fé e da entrega para ver se estamos crescendo, pois assim corremos riscos de reforçar ainda mais as expectativas, os desejos e colocar o ardiloso adubo da vaidade espiritual numa planta ainda em crescimento. Nas palavras de Yogananda: “faça tudo o que puder no presente e deixe os resultados nas mãos de Deus”.

Mas os momentos de fragilidade são passageiros, porque a simples intenção de querer expressar a vontade da alma, já traz em seu seio as sementes da renovação e do serviço. As noites escuras prenunciam um amanhecer ainda mais luminoso, e é nessa busca espiritual que podemos experimentar outros sentidos, mais sutis, ligados à unidade e à fraternidade.

Provavelmente devemos estar recomeçando um processo de aprendizagem que teve início em outras vidas e, a menos que a Graça Divina nos ilumine subitamente, vamos levar algum tempo para sair do casulo e mergulhar na vastidão da eternidade. É preciso paciência!

Que possamos ver as dificuldades com os olhos da alma. A vida, assim, vai parecendo cada vez mais maravilhosa, pois os sentidos interiores nos proporcionam cenários verdejantes e aromas inebriantes, nos brindando com maiores deleites do mundo espiritual.

Referência para leitura: “A Essência do Bhagavad Gita” – Paramhansa Yogananda.

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Sabiah – Conselheiro Voluntário