Tristesse-Chopin.

O que pode ser mais gratificante do que sentir aquela alegria que emana das profundezas do ser? Uma alegria proveniente das nossas ações desapegadas, que não precisam de motivos para realizá-las e surgem de um inesperado sentimento de unidade com o outro e com as outras formas de vida. Me refiro às manifestações de bondade e de compaixão para com o próximo; a convivência com pessoas e instituições dedicadas à ajuda humanitária e à outros reinos da natureza acaba nos contagiando e trazendo à tona o melhor de nós mesmos.

O olhar para o outro é um imperativo da alma, porque somos contas do mesmo colar, unidas pelo mesma energia de Amor-Sabedoria que rege o planeta e que conduz os seres de volta à sua verdadeira morada. Esse fio condutor que nos une animicamente traz no seu seio o princípio da unidade e da compaixão por aqueles que precisam apenas de um pequeno empurrão para se reerguerem.

Essa inquietude interior para sermos útil de alguma forma não tem a ver com vaidade espiritual, nem tampouco com aquisição de créditos para a nossa auto salvação, mas com o despertar das nossas melhores sementes, aquelas ligadas à fraternidade e ao amor.  Despertas, é como se abrissem uma pequena fresta na porta de um quarto escuro e, subitamente, nos mostra a luz salvadora que nos cura da ilusão de que estamos separados.

Uma experiência única, abarcante, que nos impõe uma decisão sobre o viver nas trevas do egoísmo corrosivo ou surfar nas ondas do altruísmo que regenera e redime. Entretanto, precisamos olhar, primordialmente, para dentro de nós mesmos, servindo à vida sem nos afogar emocionalmente frente às dificuldades do próximo e sem nos deixar abater pela inconsciência coletiva que produz um gigantesco desequilíbrio moral e material. O fato é que temos fome de fraternidade e de expressar todo o amor aprisionado pelos condicionamentos e apegos humanos. É preciso persistir, seguindo a vontade da alma.

E não importa se a nossa lenha esteja verde ou seca, se estamos prontos ou ainda imaturos para servir de forma incondicional; o que conta é a nossa aspiração a servir, e a Sabedoria Infinita, que tudo sabe e tudo vê, saberá aquecer a lenha para que o fogo do amor se dê. Nossa tarefa é perpetuar esse fogo de forma que ele arda incessantemente e aqueça a todos aqueles que se aproximarem de nós.

Quando olhamos para nós mesmos com a dignidade de um ser que aspira pela transformação, gradativamente vamos também criando as condições para ajudar aos demais, sem a preocupação de dirigir o fogo. O cosmos nos instrui, silenciosa e continuamente, através dos movimentos de rotação e de translação da Terra: o giro em torno do seu próprio eixo simboliza o olhar para nós mesmos, enquanto que a trajetória em torno do Sol traz a perspectiva do olhar para o próximo.

“Despe-te de apegos e simplifica teu cotidiano, e ficarás apto a cumprir o desígnio reservado a ti. Diante da situação atual do mundo, não te esquives de assumir a tua vida de serviço e segue, com fé, teus melhores propósitos. Verás, então, que uma energia vinda do teu mundo interior toca os que estão receptivos e os transforma” (José Trigueirinho)

Grupo de Estudos
Entrevistas Youtube
Entre para o Canal de Divulgação Whats App
Redepax
Instagram
Facebook
Sabiah – Conselheiro Voluntário