Muitas citações e artigos publicados aqui no site enfatizam sempre que existe uma região do nosso ser, um núcleo de consciência mais elevado, ao qual precisamos acessar para poder viver alinhado com o nosso Propósito, com aquilo que o Pai idealizou para nós. Isso é uma premissa, não motivada por fundamentalismos ou crenças oriundas de dogmas, mas de experiências fugidias, mesmo em sonhos, de uma alegria e de uma paz que transcende a compreensão mental.

Sempre me vem à mente uma analogia com o oceano que somos; em geral, temos apenas a consciência das ondas da superfície, nossa mente, e quase nunca acessamos a serenidade, a paz e o silêncio das profundezas desse oceano. Ficamos ao sabor das ondas, e contaminados fortemente pelas correntes do pensamento coletivo. É preciso mergulhar no profundo de nós mesmos.

Outra analogia é aquela gaivota Jonathan, personagem do filme e do livro “Fernão Capelo Gaivota”, de Richard Bach. Inconformada com as limitações impostas pela massa, decide experimentar voos mais altos com o objetivo de ganhar impulsão e velocidade para acessar uma região mais profunda do oceano em busca de espécies de peixes mais raras. Tornou-se, por isso, uma proscrita; o bando a expulsou porque ela resolveu “pensar fora da caixa” e expos, inconscientemente, as fraquezas do grupo. Mas o preço do isolamento foi amplamente recompensado pela maravilha de poder experimentar a renovação da vida, sentir na pele a expansão de consciência que a experiência trouxe. Um filme reflexivo, cheio de simbolismos e aprendizados. Imperdível.


Mas é a parábola dos Upanixades, da antiga Índia, transcrita do livro “Ciência x Espiritualidade”, Editora Sextante, páginas 286 e 287, a que representa mais claramente o salto que devemos dar para vivermos de forma íntegra ao nosso Ser Interior. Talvez esse seja nosso maior desafio como ser humano: migrar de uma consciência focada puramente na mente para viver a consciência superior, desejando e pedindo luz para que floresça e se expresse aquilo que somos em essência. Essa aspiração pela transcendência, creio eu, é a verdadeira cura do egoísmo, o causa-raiz de toda a infelicidade humana.

Que possamos dar esse salto de consciência, de forma a expressarmos no dia a dia o Amor e a Verdade que sentimos nas profundezas de nós mesmos, contudo, precisamos escutar a voz silenciosa do nosso Ser para, finalmente, conhecermos o que é estar unido e irmanado com toda a vida manifestada. Nossa vida, assim, dará sempre certo, independentemente dos resultados e dos acontecimentos, os quais ficam por conta do destino, e serão sempre oportunidades de equilíbrio, de aprendizado e de crescimento.

Nos momentos de dificuldades, lembremos desta instrução esotérica: “Em meio à batalha, não seja tu o guerreiro, mas deixe que o Guerreiro guerreie em ti”. O Guerreiro é a nossa Alma e devemos entregar a Ela a condução da nossa vida.


“Um cocheiro conduz uma parelha de cavalos, usando o chicote para que galopem cada vez mais depressa. O dia é ensolarado; ele está exaltado, como se fosse dono do mundo. De dentro da carruagem, soa uma voz longínqua: “Pare.” Em seu entusiasmo, o cocheiro ignora aquela voz; nem sabe ao certo se ouviu alguma coisa. De novo, a mesma voz suave ordena de dentro da carruagem: “Pare.”

Dessa vez o cocheiro sabe que ouviu uma ordem, o que o deixa raivoso, por isso chicoteia os cavalos para correrem ainda mais depressa. Mas a voz dentro da carruagem continua a repetir sua ordem, sem jamais aumentar o tom, até o cocheiro se lembrar de uma coisa. O passageiro é o dono da carruagem! O cocheiro puxa as rédeas, e, lentamente, os cavalos param de correr.”

Segue a conclusão de Deepak Chopra:

“Nessa parábola, os cavalos são os cinco sentidos e a mente, sempre fustigados pelo ego para seguir adiante. O ego sente que controla tudo. Mas o dono da carruagem é a alma, cuja voz suave espera paciente ser ouvida.

A mente reduz sua atividade frenética e, com o tempo, aprende a parar. Parar não é um fim em si mesmo; é a base para saber quem você realmente é: uma alma com seus atributos. Esses atributos são as características da consciência pura.”

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