Texto extraído de: “Cadernos de Figueira” (Meeiros), reedição 2006. Autor: José Trigueirinho

No decorrer da evolução, todos têm sido estimulados à convivência fraterna, ao amor e à paz. Mesmo inconscientemente, aspira-se a chegar à verdadeira cooperação.

A aspiração a viver e a trabalhar em harmonia transforma-se em ação positiva quando baseada em valores espirituais. De fato, condutas fraternas vão dissolvendo o egoísmo. Movidos por essa vontade, somos capazes de persistir mesmo quando tudo em volta se opõe ao ato de compartilhar.

A possibilidade de cooperação entre os seres humanos surge da busca da união de cada um com seu nível interno, com sua alma, e essa busca começa se há disponibilidade para modificar a si mesmo e para não se abalar com o modo de agir dos demais. Muitos estão passando por provas importantes, e por meio delas se aproximam da união com seus semelhantes.

Estruturas materiais podem ser demolidas por completo em poucos instantes – mas quem tiver desenvolvido a vontade espiritual e mantiver a fé se sentirá seguro. Sobretudo em tempos turbulentos, como os atuais, é preciso não se envolver emocionalmente com os fatos externos. É preciso, também, renunciar a condutas egoístas, pois trazem limitações, sofrimento e dor psíquica.

Na senda da cooperação, a neutralidade é fonte de segurança e paz. Nada abala o coração nem o pensamento quando estão ausentes preferências egoístas ou posições separatistas. A união firma-se e a pessoa mantém-se equilibrada.

A integração da consciência humana no trabalho fraterno alarga seus horizontes, torna seus problemas mais simples e a leva a transcender o egoísmo e as desarmonias. Assim começa o correto relacionamento com as leis de uma existência incalculavelmente abundante. Para isso, é preciso mais do que simples disposição para cumprir tarefas, mas doar a própria vida em prol do bem de todos.

Não antes de a doação ser um gesto natural pode-se descobrir a alegria que brota do puro serviço. Grande é o trabalho a ser feito, e os que assumem a vida de serviço e de cooperação adaptam-se ao cumprimento simultâneo de múltiplas tarefas. Que sejam gratos por tanta oportunidade de ser úteis.

As tarefas são um meio de evolução e, para um coração aquecido pela fraternidade, motivo de alegria. Favorecem a autodoação e o auto esquecimento. A solicitude ocupa o lugar dos antigos atos egoístas, e a abundância finalmente emerge.

Aos que veem na cooperação um caminho de crescimento interior é dito que procurem realizar o que se considera impossível. O empenho humano é suficiente para levar adiante o que é visto como possível, mas para colocar em prática o espírito da fraternidade é necessário despertar capacidades adormecidas ou novos potenciais.

Que contem com recursos ainda desconhecidos, latentes no interior dos seres. É tempo de prontidão e fé. Necessidades reais são sempre supridas na hora certa quando se vive segundo leis espirituais elevadas. E uma dessas leis foi enunciada por Cristo quando disse ao homem que “buscasse primeiro o reino dos céus dentro de si e tudo o mais seria dado com acréscimo”.

A cooperação traz abundância, que nem sempre é grande quantidade, mas a quantidade justa com qualidade. É a vibração da alegria da alma, que se doa e se expressa no mundo das formas, no dia-a-dia.

Quando se renuncia ao egoísmo, pode-se compartilhar a verdadeira abundância. Pode-se então dizer: “Nada nos falta”.

“A colaboração mútua enobrece a tarefa, soma o potencial de todos, dinamiza-o e coloca-o a serviço da harmonia impessoal e da abundância”

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Sabiah – Conselheiro Voluntário