“Ainda não …” é uma poesia de autoria da filósofa Lucia Helena Galvão que nos inspira a ir em busca da expressão do Amor e do Bem que carregamos no nosso interior. Há tanto a realizar … Que possamos ter a Graça de perceber e atender aos apelos da nossa Alma.

“Detém-te e olha à tua volta, antes, adiante.
Atentamente, olha também dentro de ti.
Há algo raro e especial neste instante,
que já não pode esperar para ser visto.
Há um sinal oculto atrás de tudo isto,
e há que lê-lo antes de seguir em frente.

Há qualquer coisa a colher, talvez a flor
de um jardim distante, antigo e esquecido.
Há um recado a entregar e a receber,
e algo a sarar, algo a polir, alguma dor.
Há uma conta a acertar, um beijo a dar,
um ponto a ver.
E há que examinar as malas e rever

se nada urgente foi deixado para trás,
ou se nada é demais,
se há peso morto a abandonar agora…

Há que escorar, ainda, um galho que está torto
de uma roseira bem ali, perto da casa.
Há uma ave que quebrou a frágil asa
e não consegue mais voar ou se mover.
Há tanto ainda para ouvir e para ver…
Não estás pronta,
não é ainda,
não é agora.

Em algum canto, há alguém que ainda chora,
e sabes que também é teu, o árduo pranto.
E há amor a cultivar e a colher, tanto…
E há mil palavras à tua espera para ser …
Não é agora.
Não deve ser.

Recolhe em ti todo teu ímpeto e cansaço,
guarda contigo teu assombro e traz teu encanto.
Quando te fores, antes do último passo,
tudo há de estar quitado e pacificado.
Não porque temas ou infernos ou pecados,
mas porque sabes que é este o teu dever.

Sabes que há em ti duas vozes, pelo menos,
e uma ainda deve à outra o grande acerto
antes do qual não há epílogos ou acenos,
mas só o imperativo:
Deves Ser.
E, isto sim,
é para agora.”

Grupo de Estudos
Entrevistas Youtube
Entre para o Canal de Divulgação Whats App
Redepax
Instagram
Facebook
Sabiah – Conselheiro Voluntário