Beethoven-Sonata-ao-Luar

Tudo parece tão distante, inatingível muitas vezes, quando tomamos contato com os feitos e as qualidades positivas que admiramos nos grandes seres da humanidade. Precisamos ter uma paciência sem limites conosco mesmo, uma batalha diária para colocar em prática, minimamente, aquilo que eles realizaram e deixaram como referenciais de sabedoria.

Em que pese o abismo entre o nosso potencial espiritual e aquilo que manifestamos como pessoa, contudo, precisamos virar uma chave e começar a penetrar no nosso mundo interior, indo para uma região do Ser livre de apegos, julgamentos, culpas, … Por um vício na forma de pensar e também pelo nosso sistema de crenças, criamos muitas máscaras e, assim, nos identificamos com a personalidade, com as limitações, e estamos sempre achando que vamos falhar a qualquer momento. Damos ênfase quase sempre no erro e não na oportunidade de crescimento.

É certo que daremos muitas topadas ao caminhar, mas quem está realmente tropeçando? Com paciência, podemos começar a tirar o foco da mente e dos aspectos da personalidade, do eu pessoal para o verdadeiro Eu, como forma de alinhamento interior e percepção da unidade (leia o artigo “O Eu e o eu“). Assim, vamos esvaziando nosso pote cheio de conceitos sobre nós mesmos e adotando um relacionamento mais promissor com a vida, nos vendo como um ser espiritual e tendo uma postura de gratidão por tudo o que nos acontece.

Gradativamente, vamos percebendo que é possível agir diferente, tendo mais cautela, serenidade e neutralidade diante dos fatos, e principalmente nos relacionamentos. Temos que sair de cena e colocar em prática a observação dos nossos pensamentos e sentimentos antes de agir ou reagir. Assim, vamos fazendo a conexão com o “Observador”, com a fonte de sabedoria que pulsa no nosso interior; isso traz uma sensação de autocontrole e a certeza de que os desafios podem ser superados.

“Quando os sentidos são acalmados, quando a mente está tranquila, quando o intelecto não oscila, esse é o estado supremo… Então temos a visão de Deus, a “face por trás de todas as faces”, e sabemos sem dúvida que vivemos em Deus e que Ele vive em nós”. (Eknath Easwaran)

Um pouco mais liberto das crenças, das ideias preconcebidas e dos julgamentos, daremos mais um passo importante na escalada da montanha, que é tirar o foco da atenção em nós, nos nossos problemas, e pensar mais no outro, naquele que precisa ser ajudado a vencer suas limitações e dificuldades. Como a vocação essencial da alma é servir, pelo princípio da unidade estaremos nos curando também, porque tomamos contato com as nossas melhores sementes, com o que há de melhor dentro de nós, que é o verdadeiro Amor encapsulado pela forma humana.

Os depoimentos dos sábios e os raros momentos de êxtase pelos quais passamos confirmam que se trata de uma fonte que jorra sem cessar, inesgotável, e que quanto mais nos colocamos a disposição para servir, mais temos vontade de nos doar. O bem praticado encontra ressonância dentro de nós e mostra que o terreno interior é fértil e abundante, o que nos dá força e coragem para seguir no caminho.

No silêncio podemos escutar a voz que mostra a direção. Saímos do ponto da frustração da personalidade à esperança de um dia poder ser um espelho que reflete a luz que vem do Alto. Precisamos, fundamentalmente, perseverar na busca pela nossa transformação, não desanimar diante das dificuldades e, sobretudo, ter muita paciência.

A paciência é uma grande força!

Nada te Turbe (Teresa de Ávila)

Nada te turbe,
Nada te espante,
Tudo passa,
Deus não muda.
A paciência tudo alcança:
Quem a Deus tem,
Nada lhe falta.
Só Deus basta.

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