Beethovens-Silence-Ernesto-Cortazar

Nenhuma técnica ou metodologia indutiva é capaz de promover a ampliação de consciência que a experiência contemplativa traz. Alguns momentos de vivências contemplativas reais com a natureza promovem mais aprendizados que décadas de cursos e formações. Esse estado de humildade diante ao desenrolar dos processos vivos, sem a racionalização conceitual habitual, é o que leva a uma interação não formal que alcança outros estágios de compreensão dos fenômenos.

A vida desenrola-se com perfeição e sem esforços, pois expressa sua aptidão sem questionar. Faz o seu melhor independente das condições, cumpre seu papel sem desanimar, não busca aprovação e não tem receio de decepcionar. Interage e colabora, não julga, e assim vigora. Não se prende a fatos nem a estágios e segue fluindo livre em seu propósito.

Contemplar sem julgar é estar no presente e aproveitar os elementos que a vida dá. Sem reatividade a vida se mostra, e dentro de nós se desdobra, curando as dores em suas origens até então ocultas, trazendo energia renovada para seguir em frente.

“ConTemplar” – honrar o Templo Sagrado sem nada esperar e receber as bênçãos de simplesmente, estar. O desânimo e a ansiedade se fazem na ausência do próprio Templar – único estado que devemos alimentar, a contemplar cada momento sem se projetar.

Interagir, em verdade, é deixar a vida agir, sem manipular. É acreditar na Energia Divina e deixar Ela operar. É entregar-se ao desconhecido para, da ilusão, acordar. É receber os bálsamos de cada instante e calmamente se inebriar, com a Fonte de tudo que É, simplesmente a se revelar.

Por: Shely Pazzini
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