Serenade. Schubert Liszt Standchen

Existe uma batalha interior para vencermos a nós mesmos. As forças resistentes persistem, todas as vezes que damos um passo em direção à sabedoria da alma. Sobre essa luta interior, segue um pequeno trecho extraído do livro “À Procura da Verdade”, de Angela Maria La Sala Batà, capítulo XV – “O Destino do Homem”.

O homem está em luta contínua consigo mesmo e a sua natureza dual o coloca constantemente ante a um dilema: seguir sua natureza animal ou obedecer ao seu Eu espiritual, que o incita a superar seus instintos, a sublimá-los, a fim de que se manifeste sua natureza divina.

Ele pode, se consegue colocar-se em sintonia com as profundas exigências da sua parte espiritual, tirar desse conflito um novo entendimento, e compreender que não se trata de suprimir ou destruir aquilo que o liga ao mundo da matéria e dos instintos naturais, mas de fazer brotar, do próprio atrito dos dois polos e do foco da sublimação, novas possibilidades e novas energias até então desconhecidas.

Nada deve ser morto, mas transformado, “remido”, isto é, submetido a um processo alquímico de sublimação, […] que faz surgir o ouro puro do Espírito nele latente. […] Sem a experiência dos contrários, não existe experiência da totalidade: o Eu é uma reunião dos contrários.

O verdadeiro homem é, pois, uma síntese dos contrários, que pode emergir apenas quando a exigência inferior for transformada e sublimada, terminando por estar completamente absorvida na natureza espiritual. A solução da eterna luta do homem, entre o Espírito e a matéria, entre o bem e o mal, está na síntese, isto é, na superação da dualidade em um ponto mais alto, no núcleo autêntico e central do indivíduo, o Eu.”

Leitura complementar: https://pedranolago.com.br/a-luta-dos-opostos/

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