Somewhere in Time – John-Barry

Uma simples parábola que nos faz reflletir sobre como é estar face a face com o Criador, com o divino que reside dentro de nós mesmos.

“[…] Numa remota cidade, vivia um talentoso escultor. Suas obras enfeitavam as ruas e parques da cidade, e todos achavam que eram muito bonitas. Mas o artista vivia recluso, estava sempre fora do alcance. Um dia, chegou um visitante. Admirando muito as estátuas, ele insistiu em conhecer o escultor. Mas ninguém sabia dizer onde encontrar o artista. Na verdade, ficou evidente que ninguém na cidade já o vira alguma vez; as esculturas simplesmente apareciam, como que por conta própria. Então, um ancião deu um passo à frente e disse que tinha a sorte de ter conhecido o esquivo escultor.

“Como o senhor conseguiu isso?” – perguntou o visitante. O ancião respondeu: “Fiquei diante desses maravilhosos trabalhos, em contínua admiração. Quanto mais olhava, mais eu via. Enxerguei uma complexidade e uma sutileza que ultrapassam tudo que eu já tinha visto antes. Não conseguia deixar de maravilhar. De alguma forma, o escultor deve ter percebido meu envolvimento, pois, para minha surpresa, ele apareceu a meu lado. Eu lhe perguntei: ‘Por que me escolheu para se mostrar, quando ninguém nunca o encontrou, não importa quanto o tenha procurado? Ele respondeu: Nenhum criador consegue deixar de se revelar quando seu trabalho é apreciado da forma como você aprecia o meu.”

“Podemos ver nessa historieta o único artigo de fé necessário. Se você mergulhar fundo na própria consciência, vai encontrar um lugar de paz e silêncio. Mas, com o tempo, esse lugar vai revelar muito mais que isso. A fonte da criação reside ali, e, quanto mais você vivenciá-la, mais rica e bonita torna-se a Criação. Para além do sofrimento está a alegria; a transcendência leva ao mundo da Luz. Vá até lá e veja por si mesmo, não em busca de Deus, mas em busca da Realidade.

No fim, talvez o artista não consiga resistir – sua apreciação do que ele criou o atrairá até você. Com isso, o divino não será mais uma projeção ou fantasia. Não será um pai ou uma mãe desejados. As escoras da realização do desejo não serão mais necessárias quando você estiver face a face com sua experiência interna do divino. Você não vai dar muita importância a coisas como visões de mundo. Elas são apenas o caminho das pedras para a mente. Enfim, será irrelevante se o Inominável assumir ou não o rosto de Deus. A Realidade em si é muito melhor quando vista com a mesma clareza que a luz do dia.”

Extraído do livro Ciência x Espiritualidade, capítulo “Deus é uma Ilusão?”, página 265. Autoria: Deepak Chopra e Leonard Mlodinow.

Leitura complementar: https://pedranolago.com.br/percepcao-da-realidade/

Leia as mensagens diárias do Pedra no Lago.

Grupo de Estudos
Entrevistas Youtube
Entre para o Canal de Divulgação Whats App
Instagram
Facebook