Um diálogo simbólico entre um ser envolvido na busca espiritual durante eras, denominado Peregrino, e o Senhor (Divindade). Assim como nos contos mitológicos, certas narrativas são de livre interpretação, cabendo a cada um extratir os ensinamentos de acordo com o seu nível de consciência.

Na minha visão, fica claro que quando aspiramos manifestar na vida a vontade da Alma, a qual contém o nosso Propósito, a Luz emerge e dissipa a escuridão dos desejos, apegos e outras particularidades do eu pessoal (personalidade).

Diálogo extraído do livro “A Criação”, pág 251, de José Trigueirinho

– Ó peregrino, por quem estás a chamar? Por que bates nesta porta?

– Senhor, há muito estou a caminhar, tenho fome, frio e sede; busco justiça, busco perdão, busco encontrar o meu grupo. Dele me distanciei, distraído com as efêmeras belezas do caminho; entreguei-me aos prazeres do mundo, meus olhos obscureceram-se, meus ouvidos ensurdeceram-se, não percebia por onde andava.

Triste passado, apartado estava da verdadeira realidade! Agi contra a Lei, bem sei que foi assim. Sofri, Senhor, muito sofri, e em meio à dor despertei: meus olhos então se abriram, e meus ouvidos escutaram. Estava sendo novamente chamado; vi a Luz vir ao meu encontro, compreendi seu apelo. Prontamente decidi atendê-lo e retomar a verdadeira senda; todavia, muito teria a caminhar.

Tempos passaram-se. Não vos posso precisar, Senhor, parece que há vidas estou buscando. Quero, acima de tudo, reunir-me àqueles que cumprem a Vontade da Luz que me chamou, e que é a Vontade Suprema; essa Vontade quero seguir. Não tenho mais escolhas a fazer, basta de escuridão; entrego-me, Senhor, à Sublime Luz que um dia me despertou.

– Pois digo-te, ó peregrino, nunca deixaste de ser acompanhado por essa Luz. Mesmo quando te encontravas perdido em meio às trevas, a Luz estava em teu interior, a te chamar; porém, ensurdecido estavas pela ilusão do mundo das formas. Muito foste chamado, até que pudesses despertar; mas respondeste a tempo.

Caminhaste, e com teus próprios pés chegaste aqui. Digo-te: se estiveres disposto a te lavar do passado, a perdoar teus irmãos, a morrer em vida e a perder teus afetos para entrar na verdadeira Vida e deixar-te absorver no oceano de puro Amor, bateste na porta correta.

Poderás então entrar, e não serás mais o mesmo, pois terás na Luz a tua fortaleza; no Amor, a tua vida; no Poder, a glória do Supremo Senhor. Mas, se tens medo ou dúvida, não estás pronto para a liberdade.

– Reconfirmo ante vós os meus votos. Curvo-me em reverência e gratidão; orando, entrego minha vida Àquele que tudo criou. Que se faça segundo a Sua Vontade.

E de dentro da luz, surgiu a Luz; em cânticos sublimes os anjos louvaram a chegada daquele que, estando perdido, encontrou o Caminho; estando cego, viu a Luz; estando surdo, escutou o Chamado.

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