Sonho-de-Amor-Franz-Liszt.mp3

Encontros e reencontros com seres especiais marcam nossas vidas, para sempre. Alguns deles são como brasas quentes que, ao se aproximarem ou pensarem em nós, trazem o vento da esperança e da renovação, aquecendo nossos corações. A esses devemos ser gratos, porque nos inspiram e nos fazem renascer a cada dia.

São almas ímpares, cujas palavras e pequenos gestos acendem a luz e nos livram da escuridão; estão unidas e presentes, mesmo a distância. Resgatam e fazem brotar o melhor de nós mesmos, trazendo de volta a integridade aos nossos mais elevados ideais como seres humanos. A comunhão com elas alinha nossa mente, corpo e emoção ao “comandante da carruagem”, nosso Eu Superior. Muitas, nem mesmo as conheço, mas através das suas mensagens sinto que estamos coligados em algum nível de consciência. Me incentivam, no silêncio, a seguir adiante com a intenção de inspirar o bem.

Existem outros sopradores de brasas, paradoxalmente importantes, porque são os que apertam os botões vermelhos das nossas dificuldades. A eles devemos ser ainda mais gratos; aceleram nosso processo de crescimento e escancaram as vulnerabilidades da personalidade. Dão-nos a chance de perceber o abismo que existe entre o nosso potencial espiritual e aquilo que manifestamos como pessoa humana. Ajudam-nos a vencer a nós mesmos e põem no chão qualquer resquício de vaidade espiritual. Nas palavras de Annie Besant:

“O ser pessoal, …. aqui está o nosso inimigo, aqui é o nosso campo de batalha. Identificando isto, o aspirante ao caminho espiritual deveria saudar todos os acontecimentos de sua vida diária que aparam as arestas da personalidade e deveria ser agradecido a todas as “pessoas desagradáveis” que reprimem e irritam sua sensibilidade e que perturbam seu amor próprio. São os seus melhores amigos, seus auxiliares mais úteis, e jamais deveriam ser considerados senão com gratidão pelos serviços que ´prestaram no aniquilamento do nosso inimigo mais poderoso”

Outros trazem instruções sublimes, ensinamentos que tocam o profundo da alma, regando nosso jardim interno com a pura água da Sabedoria e da Verdade. São escultores de almas e estimulam-nos na busca do autoconhecimento e na percepção de que somos uma unidade, de que não existem fronteiras, barreiras ou diferenças para aqueles que sentiram em si mesmos o pulsar da vida. Superaram a ilusão de que estamos separados.

Mas também existem outros que nos impulsionam através das duras provas as quais estão sendo submetidos. A vida é pródiga e filosófica, e nos coloca diante deles para que possamos nos unir a eles e promover a mútua ajuda. É notório ver que quando nos dispomos a servir de forma livre e desapegada de resultados, no final, somos nós mesmos os mais beneficiados, porque o serviço nos impõe uma atitude de entrega abnegada à causa alheia, oportunizando o acesso à região do nosso ser que é puro amor. O exercício da caridade traz alegria para nossa alma e nos mostra que a dor do nosso irmão é também a nossa dor.

E encontramos outros tantos companheiros de jornada, pessoas que se aproximam de nós sem motivo algum; apenas são atraídas pela Sabedoria Divina que tudo sabe a nosso respeito. Chegam mansamente e trazem de forma oculta o ensinamento, aquilo que precisamos aprender para crescer em consciência. São, também, sopradores de brasas em potencial.

A questão central está no quanto estamos alinhados ao interior de nós mesmos. Nesse estado de integridade, a brasa do nosso ser estará sempre incandescente, pronta para expressar a Luz e o Amor da alma.

Que assim seja!

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Sabiah – Conselheiro Voluntário