Em meio ao cenário de dor e sofrimento e assolados pela maldade, pela injustiça e pela inconsciência, só nos resta fazer o oposto: praticar e perseverar no bem, atuar como se fossemos pontífices, aqueles que fazem a ponte com a Luz que vem do Alto, espargindo-a para a humanidade. Penso que o bem praticado, embora ínfimo, pode ser um divisor de águas. “Por vezes sentimos que aquilo que fazemos não é senão uma gota de água no mar. Mas o mar seria menor se lhe faltasse uma gota.” (Madre Teresa)
Podemos perceber que a vida é Una, que tudo é interdependente; o bem ou o mal praticado ressoa imediatamente nos éteres planetários. Temos o dever de fazer o bem, seja ele qual for e do tamanho que der para fazer, sempre de forma silenciosa e desapegada de resultados, pedindo muita Luz para neutralizar o contexto de negatividade que estamos presenciando. “Faze o bem pelo amor ao bem, e não na esperança de uma recompensa. Sê bom pela alegria de ser bom, e não pela gratidão dos outros” (Mirra Alfassa)
Que possamos estar alinhados à nossa alma, recebendo de lá toda lucidez e proteção para “estar no mundo sem ser do mundo”, como disse Cristo. Que Sua Luz e seus exemplos nos inspire a perseverar na senda do amor e da caridade e nos ajude a vencer a mais difícil das batalhas: vencer a nós mesmos, aceitar nossas imperfeições, com amor e paciência, agradecendo sempre pelas provas da vida, nossas instrutoras. “Maior que a conquista em batalha, de mil vezes mil homens, é a conquista de nós mesmos.” (Texto do Dhammapada)
✽ Perseveremos no bem, mesmo que os noticiários nos incitem ao desânimo e à lassidão, pela exaustiva ênfase às misérias da nossa sociedade, as quais têm origem no egoísmo e na falta de caráter. Lembremo-nos sempre das incontáveis iniciativas de pessoas e instituições voltadas para inspirar e disseminar o bem, preocupadas com o resgate da moral e da dignidade do ser humano. A dor do outro sempre será a nossa dor, porque somos um só corpo-humanidade, somos uma unidade, e se a dor alheia não nos traz indignação e sofrimento, é sinal de que nosso problema é grave: um problema de inconsciência e de falta de visão integrada e coletiva.
✽ Perseveremos no bem, mesmo diante do pântano da corrupção que nos envergonha como nação, agrava o carma coletivo e aumenta a escuridão da egrégora planetária. Diante disso, invoquemos a Luz do Ser para que sejamos cada vez mais íntegros com nossos princípios e valores espirituais, aqueles que trazem o código da justiça e da bondade tatuados na alma; ideais do bem, da fraternidade e do amor ao próximo.
✽ Perseveremos no bem, mesmo quando o egoísmo chegar ao nível mais elevado, levando os seres inconscientes a desviarem recursos em proveito próprio, os quais seriam usados na alimentação e na cura de milhares de pessoas. Lembremos sempre de que a principal carência não é a falta de alimentos, nem de recursos, mas a ausência de afeto, de generosidade e de valores morais e espirituais. Que possamos, no íntimo do nosso ser, nos ofertar para sermos um ponto de luz na escuridão da inconsciência coletiva; seres-espelho que captam e refletem a Luz que vem do Alto. Talvez essa seja a missão mais nobre do ser humano.
✽ Perseveremos no bem, mesmo diante das pesadas correntes do antagonismo que não aceita as diferenças, o qual impede a evolução através de debates sobre ideias e projetos que preconizem interesses comuns para que a sociedade soerga. Assim, é preciso, cada vez mais, pautar nossos ideais segundo os atributos da generosidade para com o próximo, praticando a tolerância e a indulgência. É mais do que necessário sermos coerentes com o Amor e a Verdade, os quais farão o contraponto do radicalismo e curarão as feridas dos ressentimentos. Lembremo-nos de que: “o que a alma realiza vida após vidas soergue a humanidade para sempre; essa é a importância de todos nós” (Filme – Minhas Vidas, personagem da Shirley Macline).
✽ Perseveremos no bem, mesmo que muitos governantes, políticos e representantes da justiça afrontem o bom senso e tomem decisões que levam em conta os interesses pessoais e não o bem comum. Lembremo-nos do papel dos políticos idealizado por Platão no Mito da Caverna: o político é aquele que, liberto das correntes que o aprisiona, emerge da caverna em direção à Luz e, por compaixão, retorna para compartilhar o ideal do bem, libertando aqueles que ainda estão aprisionados pelos conceitos e pelas algemas impostas durante eras de condicionamento coletivo. Que possamos praticar cada vez mais a lisura e que o esmeril da alma possa lapidar nossa personalidade, integrando-a aos nossos propósitos mais elevados. Que sejamos abençoados e protegidos para deixar um legado de bondade e de correção para a humanidade.
✽ Perseveremos no bem, mesmo que as vezes a missão possa aparentar ser maior do que nossa capacidade de realização, quando nos sentimos sós, inseguros, sem apoio e sem forças para reagir. Pensemos que dentro de nós existe a Luz do nosso Ser, que nos conduz e nos inspira nos momentos de dificuldade e de desânimo, a qual pode ser invocada a qualquer momento. O que virá, certamente, serão bálsamos de coragem para continuar, e fé de que em qualquer jornada nunca estaremos sós e que poderemos contar com a ajuda Divina, que é a própria Luz do Eu Superior. Lembremos que “o homem com Deus é sempre maioria” (John Knox). Qualquer que seja o estado de ânimo, ficar imerso no silêncio do ser é uma atitude sábia e não tem a ver com passividade.
✽ São inúmeros os exemplos, e poderia citar outros tantos ligados aos desequilíbrios ambientais provocados pela ação do homem e os danos ao reino animal. O fato é que podemos, cada um de nós, fazer a nossa parte como cidadãos do bem, conscientes do nosso papel como ser humano, comprometidos com a dignidade, com a honestidade e com a bondade. Ter em mente que “… o amor não se exaure pelo uso; o gasto apenas faz com que o estoque aumente, tornando-o mais rico e intenso” (Annie Besant – A Doutrina do Coração).
✽ E principalmente, podemos e devemos atuar como canais de expressão do amor e da fraternidade, sempre nos voltando para o nosso interior, deixando que, de lá, venha o melhor de nós mesmos. Podemos ser uma espécie de bambu oco, que a Luz Divina atravessa e não projeta sombra, e que o Pai o transforme numa flauta e toque a melodia dos mundos celestiais.
✽ Que possamos seguir nossa intuição, perseverando no caminho da Luz, mesmo em meio à dor, levando um pouco de esperança aos corações aflitos. Podemos dar afeto àqueles em solidão, em depressão pelo atual momento de incertezas e isolamento social. Podemos ser o que quisermos ser e a vida nos coloca sempre em um ponto de decisão: podemos optar por sermos livres e autênticos e seguir os ditames do nosso interior, ou podemos pegar a tortuosa trilha do egoísmo, surfar a onda da massa, cuja herança nos trouxe ao atual cenário de desigualdades e sofrimento.
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