Todos nós em algum momento passamos por situações desagradáveis, por provas, as quais nos tiram do eixo, ameaçam nossos sonhos, trazem preocupações, inseguranças e medo. Começam aqui as “tempestades mentais”, uma sensação de estar perdido em um labirinto que parece não ter saída; surge uma avalanche ininterrupta de pensamentos negativos que afetam nosso corpo emocional e nos desencorajam: ficamos inertes, imobilizados e sem força para reagir. Nós pensamos que somos cidadãos da nossa mente, dos nossos pensamentos, tão somente. E isso é um terrível engano!
Passei por muitas dessas tempestades, e algumas vezes não via luz no fim do túnel; um sentimento de impotência e de negatividade emergia das profundezas; com isso, obviamente, vinha o medo e todos os impactos que este estado mental acarretava. Você acaba descobrindo que não pode se livrar dos pensamentos, mas pode ir além deles, ser um expectador da sua mente, e aqui está a chave para a serenidade. As tempestades e os ventos contrários ainda surgem, e as vezes com força, mas sei que existem antídotos, ferramentas que te levam acima do burburinho mental.
Trata-se de aprender uma prática, uma técnica, contudo, ainda que estimulada de forma persistente, ela só será eficaz se “a aspiração ao silêncio interior e a ideia perene de transformar-se estiverem sempre vivas por detrás da mente que pensa … o ideal permanece no fundo, como um cenário protetor, enquanto a crônica da vida mental se desenrola, como uma peça de teatro” (José Trigueirinho).
E assim, como expectador e aspirando à transformação, surge o silêncio e a calma; a paz interior emerge naturalmente, e essa paz é a essência do nosso Ser. Uma paz que é uma pequena lamparina, mas que nos tira da escuridão, nos liberta das correntes mentais.
As citações a seguir são de Eckhart Tolle, e representam alguns excertos extraídos dos seus livros “O Poder do Silêncio” e “Praticando o Poder do Agora”.
▪Sinta-se em unidade com o seu próprio Ser, que é um estado de conexão com algo imensurável e indestrutível. Esse “algo” é essencialmente você e, ao mesmo tempo, é muito maior do que você. Encontre a verdadeira natureza por trás do nome e da forma.
▪ A incapacidade de sentir essa conexão com você mesmo dá origem a uma ilusão de separação, tanto de você mesmo quanto do mundo ao seu redor. Quando você se percebe, consciente ou inconscientemente, como um fragmento isolado, o medo e os conflitos internos e externos tomam conta da sua vida.
▪ O maior obstáculo para vivenciar essa realidade é a identificação com a mente, o que faz com que estejamos sempre pensando em alguma coisa … O ruído mental incessante nos impede de encontrar a área de serenidade interior, que é inseparável do Ser. Isso faz com que a mente crie um falso eu interior que projeta uma sombra de medo e sofrimento sobre nós.
▪A identificação com a mente cria uma tela opaca de conceitos, rótulos, imagens, palavras, julgamentos e definições, que bloqueia todas as relações verdadeiras. Essa tela se situa entre você e seu Eu Interior, entre você e o próximo, entre você e a natureza, entre você e Deus.
▪ É essa tela de pensamentos que cria uma ilusão de separação , uma ilusão de que existem você e um “outro” totalmente à parte. Esquecemos o fato essencial de que, debaixo do nível das aparências físicas, formamos uma unidade com tudo aquilo que é.
▪ Em geral, você simplesmente não usa a mente. É ela que usa você. Essa é a doença. Você acredita que é a sua mente. Eis ai o delírio. O instrumento se apossou de você.
▪ A liberdade começa quando você percebe que não é a entidade dominadora, o pensador. Saber disso permite observar a entidade. No momento em que você começa a observar o pensador, ativa um nível mais alto de consciência.
▪ Você começa a perceber, então, que existe uma vasta área de inteligência além do pensamento … percebe também que todas as coisas realmente importantes, como a beleza, o amor, a criatividade, a alegria e a paz interior, surgem de um ponto além da mente. Você começa a acordar.
– Libertando-se da sua Mente –
▪ Comece a ouvir a voz na sua cabeça … preste atenção principalmente a padrões repetitivos de pensamento, aquelas velhas trilhas sonoras que você escuta dentro da sua cabeça há anos.
▪ Seja imparcial ao ouvir a voz, não julgue nada. Não julgue ou condene o que você ouve … você logo perceberá: lá está a voz e aqui estou eu, ouvindo-a e observando-a. Sentir a própria presença não é um pensamento, é algo que surge de um ponto além da mente.
▪Ouvir um pensamento significa que você está consciente não só do pensamento, mas também de você mesmo, como uma testemunha daquele pensamento. Uma nova dimensão de consciência acabou de surgir.
▪ Quando você ouve o pensamento, sente uma presença consciente, que é o seu interior mais profundo, por trás ou por baixo do pensamento. Este, então, perde o poder que exerce sobre você e se afasta rapidamente, porque a mente não está mais recebendo a energia gerada pela sua identificação com ela. Esse é o começo do fim do pensamento involuntário e compulsivo.
▪ Quando um pensamento se afasta, percebemos uma interrupção no fluxo mental, um espaço de “mente vazia”. No início, esses espaços são curtos, talvez apenas alguns segundos, mas, aos poucos, se tornam mais longos. Quando isso acontece, sentimos uma certa serenidade e paz interior. Esse é o começo do estado natural de nos sentirmos em unidade com o Ser.
▪ Com a prática, a sensação de paz e serenidade vai se intensificar. Na verdade, essa intensidade não tem fim. Você também vai sentir brotar lá dentro uma sutil emanação de alegria, que é a alegria do Ser.
▪ Na vida diária, é possível pôr isso em prática dando total atenção a qualquer atividade rotineira, normalmente considerada como apenas um meio para atingir um objetivo, de modo a transformá-la em um fim em si mesma.
▪ Um dia você vai se surpreender sorrindo para a voz dentro da cabeça, como sorriria para as travessuras de uma criança. Isso significa que você não está mais levando tão a sério o que vai pela mente, pois o seu Eu Interior não depende dela.
▪ Para medir, sem errar, o seu sucesso nessa prática, verifique o grau de paz dentro de você.
“Quando nos rendemos àquilo que é e assim ficamos inteiramente presentes, o passado deixa de ter qualquer força. A região do Ser, que tinha sido encoberta pela mente, se abre. De repente surge uma grande serenidade dentro de você, uma imensa sensação de paz. E dentro dessa paz existe uma grande alegria. E dentro dessa alegria existe amor. E lá no fundo está o sagrado, o incomensurável, o que não pode ser nomeado”
(Eckhart Tolle)
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Na verdade se deixarmos que a alma dê um banho de Luz na mente, essa mente ficará muito melhor para resolver as coisas materiais … A mente sob o comando da alma é de uma elevada categoria …
Um abraço Humberto …
Adorman …
Lidando com a mente … Maravilha de Eckhart Tolle … É um tema que deveria ser estudado muitas vezes … Pura maravilha … Que Deus o abençoe Humberto por ter escolhido esse pensamento de Eckhart Tolle e colocado para nós todos … Foi mesmo um belo presente ao nível de nossa alma … Amor e Luz …
Adorman …
Esperando “ansiosamente” por esse momento citado no texto o qual me chamou bastante atenção.
“Um dia você vai se surpreender sorrindo para a voz dentro da cabeça, como sorriria para as travessuras de uma criança. Isso significa que você não está mais levando tão a sério o que vai pela mente, pois o seu Eu Interior não depende dela”.
Isso ai Amanda, conforme conversamos, a gente acaba percebendo que os pensamentos passam como nuvens. O fato de observá-los já é uma grande medida para que eles se acalmem e, assim, possamos ficar serenos e alertas para os sinais que vêm do nosso mundo intuitivo. Obrigado,
Tolle é uma benção para
para o mundo. Um iluminado contemporâneo.