Para nos apresentarmos diante de Deus, temos de praticar silêncio interior e exterior. Por isso, os que buscam conectar-se com realidades amplas, imateriais, dão ao silêncio uma importância muito especial.
A ação frutuosa é aquela que exprime a nossa vida de oração.
A oração deve ser encarada, não apenas como uma necessidade nossa, mas como serviço a todo o planeta, aos reinos da natureza, à humanidade. Vê-la assim amplia as nossas perspectivas, ajuda a nos esquecermos de nós mesmos e a torná-la, portanto, mais verdadeira.
Quando a pessoa tem vida de oração, sua atividade externa se equilibra e vivifica. Torna-se motivo de elevação e faz com que a energia imaterial permeie o plano físico. A atenção focalizada no interior permite-lhe atuar com sabedoria e de acordo com a meta primordial de sua existência.
A vida de oração proporciona desapego das coisas do mundo. Dá à pessoa condições de redimensionar a importância dos problemas e situações, pois eles são colocados em sua real proporção quando propósitos maiores estão claros. A oração é um recurso eficiente em momentos de prova.
Não importa a forma externa da oração. É à sua essência que nos devemos ater: um estado de coligação com o mundo interior em que nada mais existe, a não ser a busca da verdade.
As vezes são necessários momentos dedicados à quietude, em que se busca o encontro com o centro do ser. Daí vem o alento e a força para dignificar a vida externa, para estar sempre na presença de Deus. É preciso aprender a reconhecer e a suprir essa necessidade, para que novos passos no caminho da oração possam ser dados.
Madre Teresa de Calcutá disse: “Um fervoroso e confiante olhar para o Ser Interior pode transformar-se na mais fervorosa oração: ‘olho para Ele e Ele olha para mim’ – eis a mais perfeita oração.”
Os que realizam suas atividades externas em estado de oração consciente são instrumentos de paz e irradiam poder de transformação. Tornam-se, eles próprios, oração viva.
“Aceite-me, querido Deus, aceite-me por um momento.
Deixe os dias órfãos gastos sem Ti serem esquecidos.
Alongue este breve instante por Teu amplo colo, mantendo-o sob Tua luz.
Vaguei atrás de vozes que me atraíram… deu em nada.
Permita-me, agora, sentar em paz e escutar Tuas palavras, no espírito de meu silêncio.
Não dê as costas aos segredos obscuros do meu coração: queime-os até que Teu fogo os ilumine”
(Tagore)