Podemos adentrar estados de consciência ao qual já pertencemos, mesmo em meio ao coletivo ruidoso que insiste em nos cercar. A harmonia e a paz já estão em nós, aguardando apenas o instante de florescer. Contudo, resíduos da mente, sombras do apego e ecos do passado muitas vezes nos afastam do que realmente somos: um espaço de quietude e sossego.
Reordenar prioridades é uma escolha incomum, mas necessária, pois abre a via para outra realidade. Enquanto acreditamos que precisamos sempre mais, é o oposto que nos revela o essencial. Menos definições, menos personagens, menos ilusões; menos pressa, menos barulho, menos distrações. Sem justificativas e máscaras. A paz surge quando compreendemos que simplificar é o modo mais pleno de estar, reconhecendo que nada nos falta — apenas há muito o que deixar.
Desapegar é renascer em leveza, é criar para si um espaço novo, é dignificar a essência que jamais se molda ou se prende. Assim, descobrimos a preciosidade que cada ser e cada instante têm a nos ofertar.
Viver, então, é se despojar, seguir adiante com outro olhar. Acessar o centro de paz que habita em nós é reencontrar um estado puro, natural e simples, sintonizado com a inteligência da vida real. E, nesse encontro sereno, percebemos que tudo o que buscávamos fora sempre esteve dentro de nós.
Por: Shely Pazzini