Somewhere in Time

Todas as vezes que estamos diante dos contrastes que a vida apresenta, temos oportunidades de ampliarmos nossa visão do mundo. Naturalmente surge no campo da nossa consciência a análise comparativa, e então podemos refletir sobre conceitos, atitudes, princípios, valores, sistemas de crenças e inúmeros aspectos que forjam a personalidade de cada um de nós.

O contraditório e o divergente sempre estimulam o pensamento crítico; um dos mais marcantes é quando conseguimos perceber a diferença abissal dentre uma atitude ou uma decisão tomada levando em conta somente a lógica e a razão, e aquela norteada pela intuição, quando repentinamente escutamos uma voz que sussurra no silêncio, trazendo em seu seio a Sabedoria.

Existe uma compreensão com o Coração (acesse o artigo “Compreender com o Coração”), e essa experiência interior abre as janelas da nossa consciência; podemos, então, enxergar tudo aquilo que precisamos mudar ou remover em nós. Trazer à luz um novo ser, com novas ideias, atitudes e forma de se relacionar com o mundo é muito mais do que uma meta, mas uma atitude que aos poucos vai descortinando os véus que nos separam da nossa essência divina.

Alguns contrastes são evidentes. Se soubermos analisar nas entrelinhas dos acontecimentos, veremos que temos um campo enorme de aprendizado com tudo aquilo que ocorre, inclusive nos momentos de provações. Contudo, precisamos nos ver como seres espirituais, sentando na cadeira do Eu Superior, e não ficarmos reféns de padrões e sistemas que forjaram nossa personalidade.

Todos nós, em maior ou menor grau, vivenciamos as experiências dos contrastes. Seguem alguns exemplos:

1. A valorização dos aspectos positivos da pessoa deve ser uma prática constante, em substituição às críticas severas que são obstáculos à elevação do próximo e que corroem os relacionamentos. Antes que as relações terminem por qualquer motivo, que possamos estar sensíveis às bênçãos de uma convivência fraterna, percebendo o outro como uma alma encarnada, ávido por expressar o melhor de si mesmo;

2. Precisamos nos curar do egoísmo. No ápice da sua manifestação, as consequências são desastrosas, seja pessoal ou coletivamente. Podemos evitar tais desarmonias, reconhecendo as bênçãos da cooperação e da ajuda fraterna. Os grandes seres da humanidade se notabilizaram pela sua generosidade e pelo serviço altruísta;

3. Temos tendência a querer controlar tudo, mesmo aquilo que está fora do nosso campo de ação e decisão. Antes que a ansiedade nos desvitalize, é preciso contemplar as correntes de um riacho para aprender sobre a entrega e o “deixar fluir”;

4. Às vezes surgem “tempestades mentais”, que são pensamentos ininterruptos produzidos pela nossa mente, a qual também é fortemente afetada pelo pensamento coletivo. Antes que tal situação desequilibre todo o sistema mental, emocional e físico, é preciso mergulhar fundo no oceano, para o nosso centro de quietude e paz, para compreender que as ondas do mar revolto são como ondulações de uma mente turbulenta;

5. Alguns medos são paralisantes e mostram um deserto a ser atravessado. Batemos em várias portas à procura de cura, esquecendo que algo precisa ser transformado dentro de nós, de forma que a Luz do ser ilumine a escuridão. O medo nos faz aprender sobre a entrega e a humildade em reconhecer um poder superior dentro de nós. Se ficarmos imersos na quietude do Coração o medo se esvairá e a paz e a coragem emergirão das profundezas;

6. Em algumas situações os apegos são muito evidentes, muitos deles inconscientes. Alguns são tão expressivos, que reforçam a separatividade, nos cegando para a percepção da unidade da vida. Além disso, deixamos de sentir, no íntimo, as maravilhas de uma vida pautada no amor desapegado, sem medidas, que não exige recompensas. Quanto mais amamos e nos doamos mais nos desapegamos e, assim, veremos o amor crescer ainda mais dentro de nós. Lembremos que o amor não se exaure pelo uso;

7. É preciso reconhecer que as adversidades são molas que nos impusionam em direção a uma nova consciência. Se algo nos acontece e nada se move no nosso interior, nossas esperanças de cura e elevação se voltarão sempre para o exterior. A ajuda virá, mas à medida que dermos permissão para que a Luz do ser se manifeste;

8. É preciso ver a nós mesmos como seres espirituais, como cidadãos do universo, e não como pessoas humanas, limitadas pelas fronteiras internas e externas. Se a autoestima está comprometida, que possamos nos observar à luz da nossa essência e, assim, notar a beleza da Criação. Só assim nos libertaremos das correntes que aprisionam o ser e impedem que sejamos livres para manifestar nosso verdadeiro Propósito;

9. Quando a aridez do deserto e das noites escuras da alma se fizerem presentes, que possamos valorizar e sermos gratos pelos momentos de pequenos êxtases, quando nos deparamos com fragmentos da Verdade e da magnitude da vida. A gratidão surge: ela é o fermento que faz crescer o amor e permite que a mente descanse no Coração;

10. Quando a corrosão dos ressentimentos nos desvitalizar emocionalmente, que possamos perceber e sermos gratos pelos momentos de atuação da Graça Divina. Ela dissolve a ferrugem, nos coloca diante do perdão e do sentimento de união com o outro.

“Nos campos solitários e nos cumes desérticos, nascem as flores mais belas. Tão pequeninas, passam despercebidas, mas tão grande em esplendor, glorificam a Fonte da Vida. Refletem com perfeição o arquétipo de sua origem” (José Trigueirinho)

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Sabiah – Conselheiro Voluntário