Claire de Lune – Claude Debussy

Em geral, estamos afogados por conceitos forjados por um longo processo educacional que priorizou a competição e a satisfação de desejos. A busca pela Sabedoria da alma visando conhecer nosso propósito sempre ficou à margem do aprendizado, e com isso nos distanciamos do ser e, por conseguinte, da compreensão das mensagens dos planos internos da vida.

O trajeto que percorremos é longo demais: além das imperfeições da personalidade que demandam consideráveis esforços para sua transformação, estamos sempre cheios de verdades, que são obstáculos que impedem a manifestação da Graça e do reconhecimento da essência divina que somos. Vemos o mundo à luz dos nossos conceitos e sistemas de crenças e não sob o ponto de vista da alma.

Os apegos, a vaidade, o sentimento de posse e todas as questões mentais e emocionais precisam passar por um processo de sublimação e cura. A mente tem que ser reeducada para fazer essa imersão interior, de forma que a intuição aflore para captar as mensagens genuínas que iliminam a escuridão e promovam a transformação interior.

Se não houver uma desobstrução do campo mental e emocional, como mágoas residuais, culpas, ressentimentos, apegos, etc não poderemos saber o que a Sabedoria nos traz. Se estivermos mentalmente congestionados, a compreensão do que nos chega pelas vias intuitivas fica embaçada, e será impossível ouvir a voz do silêncio que anuncia o próximo passo e aguça o discernimento superior para lidar com as diversas situações da vida. Como construir algo novo sobre ruínas?

Quando “entramos” para o nosso interior, simbolicamente seria como subíssemos alguns andares de um prédio e olhássemos os carros, tendo a perfeita visualização de onde vieram e para onde vão. O olhar limitado da mente nos permite apenas a visão parcial, como se estivéssemos olhando os carros no nível da calçada. Quando o Coração entra em cena, temos a perspectiva ampla e espiritual da vida.

Estar focado no interior e alinhado à alma requer disciplina, paciência e muita persistência, porque não é fácil vencer a nós mesmos e derrubarmos os muros internos que nos separam da nossa essência. É um desafio estar na vida como uma folha de papel em branco para que a Sabedoria escreva o próximo passo, aquilo que devemos vivenciar para nossa reforma íntima.

Com a mente em repouso no Coração, podemos compreender as mensagens da alma e, imediatamente, aplicar na vida esse “saber”, o qual não exige esforço para ser entendido. Contudo, se a compreensão emerge e não a aplicamos, vamos apenas enriquecer nossa base de dados espiritual, mas sem efeito prático algum.

Ao colocar em prática os ditames do nosso nível de consciência mais elevado, vamos adquirindo serenidade e paz e, assim, limpando as vidraças mentais dos conceitos, apegos e desejos que obscurecem a visão. Se o veio da nossa espiritualidade estiver pautado na prática do amor e da verdade, e não apenas no conceito, o peso das provas fica mais leve e o entendimento dos seus significados acaba emergindo das profundezas.

A gratidão é o prenúncio da cura e sinaliza que tudo está bem, trazendo consigo os estímulos em direção à consagração com o divino.

Que assim seja!

“Ver com os olhos do Coração; escutar os ruídos do mundo com os ouvidos do Coração; perscrutar o futuro com a compreensão do Coração, recordar as acumulações do passado através do Coração. Assim deve-se percorrer impetuosamente o caminho da ascensão. O Coração é o nosso templo interior e sua chama precisa estar acesa para irradiar a Luz”. 
(Agni Yoga – Livro Coração)

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