Air on the G String – Orchestral Suite No. 3 in D major. Johann Sebastian Bach.

Ao longo da vida vamos aprendendo que buscar serenidade e harmonia nos relacionamentos requer, fundamentalmente, uma imersão no interior de nós mesmos, um alinhamento com o profundo do nosso ser, com a Alma. Em geral, se estivermos focados na superfície da mente, nas idiossincrasias da nossa personalidade, estaremos vulneráveis e reagindo aos dissabores das relações: sempre haverá alguém para apertar os “botões vermelhos”, aqueles ligados às imperfeições do “eu pessoal”.

Como estamos, na maioria das vezes, distraídos e ao sabor dos ventos da mente, acabamos construindo relacionamentos que são verdadeiros nós, difíceis de serem desatados. Se as personalidades e os temperamentos são mais maleáveis, conseguimos algum progresso, contudo, ainda assim, dificilmente ficará de pé quando as divergências mais severas aparecerem. Mesmo que veladamente, haverá cobranças, críticas, julgamentos, comparações e, por fim, indiferença. Os nós aprisionam e limitam a expressão do melhor de nós mesmos.

Desse modo, em alguns casos, é comum adotar uma estratégia de isolamento visando a autoproteção e futuros desgastes. Para aquelas relações que trazem algum desconforto, a tendência é colocá-las no “estacionamento” para evitar potenciais conflitos. O isolamento e a preservação podem ser positivos no curto prazo, contudo inibem o crescimento do ser humano, pois perde-se a oportunidade de crescimento através das adversidades da vida.

O fato é que, se estamos tentando um contato com o profundo de nós mesmos, gradativamente vamos colocando em prática os atributos desta região do ser, em especial, a fraternidade, o perdão e a compaixão. E, assim, vamos acostumando a nos olhar no espelho com a dignidade do ser espiritual que somos. As imperfeições e não conformidades ligadas à pessoa humana seguem seu curso, mas não causam mais tantos estragos como antes; passamos a nos relacionar com as demais pessoas levando em conta, também, que elas são almas em ascensão, ávidas por expressarem o melhor de si mesmas.

Valorizamos, dessa forma, os aspectos positivos e as coisas boas e belas que elas fazem, bem como os esforços empreendidos na reforma íntima do ser. Parece que a chave é construir a ponte entre o nosso Coração Espiritual e a nossa mente, criando laços fraternos, produzidos à luz da Sabedoria das Almas que se encontram para se ajudarem mutuamente e para crescerem em consciência. Os laços, assim conceituados, permitem erros, não aprisionam, afloram o perdão, constroem amizades sinceras, valorizam o bem praticado, trazem renovação, apoio, motivação e respeito mútuos.

Os nós já construídos podem e devem ser desatados, contudo, precisamos colocar nossa atenção no interior de nós mesmos; só assim poderemos ter vislumbres do que venha a ser esse sentimento de unidade e irmandade entre os seres. Por outro lado, ao demonstrar nosso afeto, daremos oportunidade à outra pessoa também de se transformar e, assim, vamos curando nossas almas aprisionadas pelas mágoas e ressentimentos.

Que os laços da fraternidade cicatrizem as feridas e desatem os nós, trazendo paz, harmonia e renovação.

“Se o passado de uma pessoa fosse o seu passado, se a dor dessa pessoa fosse a sua dor, se o nível de consciência dela fosse o seu, você pensaria e reagiria exatamente como ela. Ao compreender isso, fica mais fácil perdoar, desenvolver a compaixão e alcançar a paz”
(Eckhart Tole)

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